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Não a guerra, não ao militarismo

Em 03 de agosto de 1988 a assembleia nacional constituinte aprovou a liberdade de expressão intelectual e de imprensa e o fim da tortura em nosso país, sob fortes mobilizações populares que puseram fim a um período sombrio de nossa historia, a ditadura militar. Foram 21 anos de tortura e medo. Quem discordasse do governo era considerado subversivo e podia ser preso e torturado sem qualquer julgamento judicial.

O movimento operário sofreu forte repressão: sindicatos foram fechados, lideranças foram perseguidas e torturadas, a imprensa operária e sindical foi proibida. Houve até invasão e incêndio a uma igreja onde grevistas se reuniam. Na região de São José dos Campos, minha base de atuação, empresas como a Vibasa, Petrobras, Ericson, Telesp, Engesa, Confab, Ford, Embrape e Volkswagen foram coniventes com a ditadura, entregando trabalhadores ao regime e monitorando as suas atividades.

Ainda hoje há pessoas desaparecidas, corpos nunca encontrados, mães e pais que nunca desistiram de encontrar seus filhos. Entre essas terríveis marcas deixadas pela ditadura, a polícia militar é sem dúvida o resquício mais sórdido. Criada pelo regime para reprimir, perseguir e torturar ela continua existindo e com a mesma prática, inclusive carregando o título de mais violenta do mundo. Temos a polícia que mais mata e que mais morre!

É preciso superar o atual modelo de segurança pública, baseado na guerra, no militarismo e na eliminação do inimigo.

Wellington Luiz Cabral

Wellington Luiz Cabral |
secretário de Meio Ambiente da Fetquim