O dia 18 de setembro pode ser designado como dia do Diálogo Social no Complexo Industrial Químico Paulista. A data foi marcada por dois importantes momentos que reuniram os principais atores sociais do setor. Durante a manhã, foi lançada a Frente Parlamentar da Química em São Paulo, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Assim como a Frente Parlamentar que defende os interesses do setor no Congresso Nacional, presidida pelo Deputado Paulo Pimenta (PT/RS), a ação articulada no legislativo paulista tem por objetivo promover o debate e a busca de soluções sobre os desafios para o crescimento sustentável da indústria química. Presidida pelo Deputado Luiz Turco (PT), a frente paulista é uma ação que conta com apoio do Grupo de Trabalho Químico do ABC, que retomou suas atividades em maio do ano passado, e reúne empresários, prefeituras e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
No Estado de São Paulo são 326 mil trabalhadores em 8,1 mil empresas dos etor químico, o que corresponde a 47% do total de 695 mil trabalhadores no Brasil e 41% do total de 19,7 empresas em operação no País. Já na parte da tarde do dia 18, tivemos a honra de receber na sede do Sindicato, em Santo André, uma reunião conjunta entre o GT Químico do ABC, a Frente Parlamentar da Química no Congresso Nacional e a recém-lançada Frente Paulista.
Pelo GT, estiveram conosco Francisco Sérgio Ruiz, Gerente Executivo do COFIP ABC (Comitê de Fomento Industrial do Pólo do Grande ABC) e Giovanni Rocco, secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Pela Frente Nacional, o Deputado Federal Paulo Pimenta. Pela Frente Paulista, o Deputado Estadual Luiz Turco. Além do Prefeito Carlos Grana, de Santo André. Na ocasião, foram abordados aspectos que evidenciam a importância do complexo produtivo químico para os sete municípios do ABC, bem como desafios para sua sustentabilidade.
Para o ABC, a indústria química é igualmente decisiva, seja pelos empregos que gera, seja por seu impacto nas finanças municipais – 60% da arrecadação municipal de Mauá e 35% dos recursos fiscais de Santo André resultam da atividade econômica no pólo petroquímico de Capuava. A indústria química no ABC é responsável por 11,8% do faturamento do setor no Brasil, o equivalente a R$ 49,5 bilhões ao ano, com destaque para a fabricação de tintas (63% do faturamento líquido no Brasil é gerado no ABC), a fabricação de produtos de limpeza (33%) e a fabricação de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumaria (24%).
A categoria dos trabalhadores em indústrias químicas no ABC é bastante heterogênea, refletindo a própria estrutura produtiva do setor. No total, são 37,6 mil trabalhadores na indústria química no ABC, com remuneração média mensal de R$ 3.550.
Um dado que afeta a qualificação profissional na indústria química é a excessiva rotatividade de trabalhadores. Considerando apenas as demissões sem justa causa, temos que, na indústria de transformação plástica, a taxa de rotatividade é de 32,8%, a mais alta entre todos os segmentos e bem acima da média geral do setor, de 23,2%. Mesmo nos segmentos ligados à petroquímica, temos elevada rotatividade: químicos orgânicos com 11,9%; inorgânicos com 17% e resinas e elastômeros com 21,6%.
A partir desta base qualificada e promissora, estaremos reunidos novamente para mais um importante momento de Diálogo Social para o desenvolvimento do setor. Será dia 29/9, na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Com o Ministro Eduardo Braga, iremos apresentar manifesto em defesa do pólo petroquímico de Capuava e debater, juntamente com empresários e lideranças políticas, soluções para apoiar a oferta a preço justo de insumos e matérias-primas para a indústria (da nafta petroquímica ao gás do pré-sal, das resinas plásticas à energia elétrica), garantindo horizonte estável para a concretização de novos investimentos, no ABC, no Estado de São Paulo e no Brasil.