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Crise da água e o cenário atual

Iniciamos 2015 com notícias de empresas que estão deixando o estado de São Paulo devido à falta de água. A Coca-Cola, por exemplo, passou a investir, desde 2013, em plantas de matérias primas no Paraná. A Ambev está com novas instalações em Ponta Grossa, no estado do Paraná.

Desde o ano passado, a Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico do Estado de São Paulo) vem lutando para que esta crise hídrica não cause impactos negativos aos trabalhadores. Empresas como a Rhodia e Syngenta, ambas em Paulínia chegaram a dar férias coletivas e programadas, além de relocar trabalhadores para outros setores.

Lamentavelmente, as eleições de 2014 mantiveram no estado de São Paulo um governo que desde 2003 já sabia que os paulistas enfrentariam sérios problemas com a falta de água não tomou nenhuma medida sequer, a não ser manter lucratividade dos acionistas da Sabesp e ganhar mais uma vez o governo do estado de São Paulo para se manter no poder por mais quatro anos.

Além de tarifas de água serem reajustadas sem ter água nas torneiras, agora temos que nos preocupar com nossos empregos, uma vez que quem paga o preço desta são os trabalhadores, consumidores que veem tarifas altíssimas e os acionistas nadando de braçadas nos lucros! Mais uma vez é bom lembrar que o PSDB está há 20 anos criando mecanismos para piorar a vida dos paulistas, seja na máfia dos transportes, máfia das merendas, pedágios infinitos e agora zerando o Cantareira e como também o Alto Tietê.

Preocupa-nos o que teremos daqui para frente! Já se sabe, desde os anos 90, durante a era FHC, que o PSDB privatiza tudo. Foi assim com a Telebras e nada mudou no sistema de telecomunicações. Agora somos obrigados a reduzir o consumo de água sem ter água. Já foi comprovado que não foi elaborado nada eficaz para esta situação, que tende se agravar ainda mais com racionamento em diversas partes do estado. Agricultores, pescadores e comunidades ribeirinhas agonizam no interior do estado e, é claro, os bairros mais longes dos centros urbanos também tem sofrido

A água do volume morto e reutilização deste recurso natural não resolveu. Até São Pedro já foi o culpado de um problema que vinha sendo anunciado por ONGs e entidades de pesquisa, mas que não foram levados em consideração, uma vez que o governador provavelmente não está passando por racionamento na sua casa, assim como também não tem nem respeito por aqueles que infelizmente o elegeram.

André Henrique Alves

André Henrique Alves |
Secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetquim