As negociações salariais de 2019 ocorridas com o CEAG 10 (patrões da área química), em conjunto com a Fequimfar da Força Sindical , garantiram mais uma vez que nossos direitos não fossem rebaixados, mais a reposição da inflação. Recordamos, segundo o Dieese, que mais de 40% de categorias não estão conseguindo nem o INPC integral, o que nós temos conseguido. Nos resta sem dúvida nunca deixar a “peteca” cair na questão salarial para que possamos continuar sobrevivendo com decência. Nas nossas famílias existem muitas demandas, além da boa alimentação, precisamos continuar a tratar nossa saúde, nossos filhos precisam continuar estudando, e nós mesmos precisamos continuar nos aperfeiçoando frente às novas tecnologias industriais que estão sendo implantadas nas fábricas no dia a dia. Há sempre espaços de melhorias que vão além da Convenção Coletiva Geral dos Químicos, com suas mais de 80 cláusulas nestes últimos 30 anos, pois várias empresas tem boa produção e lucrando mesmo em tempos de crise econômica. Por isso que nesse período, nossos sindicatos filiados, buscam melhorar a questão salarial e outras demandas específicas que os trabalhadores tem nestas fábricas.
Até o momento ocorreram diversas mobilizações nas fábricas para que nossos direitos fossem preservados, e também buscamos preservar nossos postos de trabalho. Mostramos até o momento que estamos em resistência permanente nesta tempestade neoliberal.
Diferentemente, o governo Bolsonaro está deixando de cuidar do Brasil e dos nossos empregos. Temos mais de 13 milhões de desempregados, e o alerta que o Congresso Nacional da CUT fez é claro: precisamos retomar os empregos e os investimentos. Enfim ter o crescimento econômico para sair da crise. Sucatear nossas indústrias, privatizar o que temos como mais precioso no ramo químico, que é a Petrobrás, é jogar deliberadamente contra o Brasil e ficar à mercê dos interesses internacionais prejudicando nosso povo.
Estamos frente a um governo neoliberal que só governa para os ricos, e, insistentemente, propõe leis e novas portarias que degradam a cada dia as relações de trabalho, acabam com a representação sindical, degradam as condições de trabalho, inclusive querendo rebaixar diversas Normas de Segurança, entre outras questões.
Precisamos continuar resistindo. Novos ventos surgem na nossa América Latina.
A grande mobilização recente no Chile contra os 30 anos de políticas neoliberais que deixaram os aposentados paupérrimos, e com elevada taxa de suicídio, a luta por saúde e educação pública, entre outras reivindicações.
No Equador houve uma grande mobilização para baixar o preço dos combustíveis. Bolívia continuou elegendo Evo Morales pra continuar com suas políticas sociais. E agora a Argentina, com a eleição do novo presidente, que também exige o Lula Livre, é um novo alento para políticas de proteção do mundo do trabalho frente ao predadorismo neoliberal.
Resistir sempre e lutar por novos tempos! O importante que nessa Campanha Salarial dos Químicos de 2019, conseguimos a inflação, a continuidade por dois anos de todas as cláusulas sociais, e novos padrões mínimos de PLR!