A luta intransigente pela libertação da classe trabalhadora de todas as formas de opressão é o que une a história do Sindicato dos Químicos do ABC à trajetória da Pastoral Operária, conhecida pela sigla PO. Em 1970, quando os primeiros grupos da PO foram formados, na região do Belém, zonal leste da cidade de São Paulo, a repressão da ditadura prendia, torturava e assassinava Olavo Hanssen, com 30 anos de idade, então trabalhador da Quimbrasil e sócio do Sindicato.
Em 2015, a PO comemora 45 anos de caminhada. Praticamente desde o início, está organizada e atuante na região do ABC. Na história do Sindicato dos Químicos do ABC – que este ano completa 77 anos em outubro – diversos militantes e dirigentes tiveram suas trajetórias de ação política iniciadas nas pastorais sociais, como a PO. É o caso de Ivete Garcia, diretora do Sindicato nos anos 80 e destacada militante feminista, que ainda adolescente, participou da Pastoral da Juventude e da Juventude Operária Católica. Agenor Narciso e Remígio Todeschini, militantes da oposição sindical e presidentes do Sindicato nos primeiros anos após a derrota dos pelegos, em 1982, também tiveram forte ligação com a PO. Agenor menciona, inclusive, que já em 1979, a oposição se reunia na paróquia de Vila Palmares, com o apoio do padre Rubens Chasseraux, para se organizar, articular greves e viabilizar a chapa que viria a derrotar a situação dois anos mais tarde.
Os militantes da PO apóiam as lutas dos trabalhadores, celebram as conquistas da classe e oferecem atividades de formação de lideranças orientando, informando e promovendo estudos da realidade econômica e política, a fim de fortalecer as pessoas, na auto-estima, no conhecimento e na luta, com vistas a romper com o sistema de exploração capitalista.
A PO tradicionalmente organiza a “Missa da Trabalhadora e do Trabalhador” no dia 1º de Maio nas diversas cidades em que está presente, em 14 Estados do Brasil. Estas celebrações, marcadas pelo ecumenismo e pelo diálogo com outras religiões, foram emblemáticas na resistência à ditadura durante a década de 70. Na Igreja Matriz de São Bernardo do Campo, quando Frei Cláudio Hummes era Bispo da Diocese de Santo André, as celebrações da PO reuniam os militantes sindicais que organizavam as greves e as oposições sindicais, que forjariam o novo sindicalismo, o PT, a CUT e o fim dos 21 anos de ditadura no Brasil.
Nas décadas de 1980 e 1990, marcadas por forte crise econômica e desemprego, a PO destacou-se ao participar nas lutas dos trabalhadores contra o neoliberalismo, assumindo importantes atividades com trabalhadores desempregados, contribuindo com sua organização e luta. Nos anos 2000, a PO passa a atuar também junto a trabalhadores da economia popular solidária e outras formas de trabalhos alternativos. Desde 2010, dedica especial atenção à juventude trabalhadora.
Longa vida de lutas à PO!