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6X1 é a jornada mais degradante do que jornadas como a 5ª turma de 3x2

Em 2019 a Fetquim-CUT/Intersindical/Unidos para lutar, junto com a Universidade de Brasília (UNB-DF), realizou pesquisa entre vários sindicatos da área química do estado de São Paulo e constatou que a jornada de 5ª turma de 33 horas e 36 minutos, com jornada em média de 3 dias trabalhados e 3 folgas, apresentou menos queixas de problemas físicos e psicológicos, além de gerar mais satisfação no trabalho devido um maior número de folgas e maior remuneração.

Esse estudo comparou a 5ª turma com jornada de 6 dias trabalhados e 1 folga (6X1),  que vão de 44 a 48 horas, sendo que nessa jornada foi constatado o dobro de queixas físicas e psicológicas, com o dobro de insatisfação no trabalho do que em relação a jornadas menores, e o dobro e triplo de insatisfação na vida social e familiar.

Os problemas psicológicos no 6X 1  foram: 3 vezes mais falta de motivação: o dobro de problemas de desânimo, falta de vontade, ansiedade e angústia do que a 5ª turma.  

Um respondente assim se expressou a respeito da jornada 6 X1: “ Sem qualidade de vida, jornada de trabalho bem apertada trabalhando quase todos os sábados”.  Pior é a situação dos trabalhadores de 6X1 que sentem os efeitos perversos em trabalhar aos sábados até às 22 horas, relatando o penoso retorno à suas residências na madrugada do domingo, e as constantes desavenças sociais e familiares ao ter essa jornada".

Publicação dos resultados da Pesquisa no Fetquim....   e na revista  : Laborare. Ano IV, Número 6, Jan-Jun/2021, pp. 47-68. ISSN 2595-847X. https://revistalaborare.org/DOI: https://doi.org/10.33637/2595-847x.2021-55.

Remígio Todeschini

Remígio Todeschini |
Pesquisador de saúde, trabalho e previdência da UNB e assessor da Fetquim-SP