O governo federal sugou cerca de R$ 209 milhões que deveriam ser investidos em áreas sociais e outras para gastar com publicidade e propaganda governamental. É um esforço desesperado do golpista Michel Temer, reprovado por 70% da população, segundo o último levantamento Datafolha, para melhorar sua imagem.
Segundo levantamento da bancada do Psol na Câmara, uma portaria editada pelo Ministério do Planejamento retira R$ 137 milhões da área da aviação e transporte, que poderiam contribuir para a criação de empregos no setor. De programas de assentamento a serem desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), saírão R$ 50 milhões. Outros R$ 30 milhões, que seriam destinados ao Sistema Único Saúde (SUS) e mais R$ 25 milhões para políticas públicas de combate à violência contra a mulher também virarão publicidade para tentar mudar a imagem do governo Temer.
A socióloga Dulce Xavier, ex-secretária de Políticas para Mulheres da prefeitura de São Paulo (gestão Fernando Haddad), diz que essa é mais uma "opção neoliberal" do governo Temer, e que esses cortes inviabilizam, por exemplo, a criação de casas-abrigo e centros de referência de combate à violência contra a mulher.
"As políticas afirmativas de direitos foram extintas. A Secretaria de Políticas para as Mulheres foi extinta. As políticas que ficaram estão sofrendo esses cortes de orçamento, que precarizam ainda mais aquilo que já tinha muita dificuldade em ser viabilizado", diz Dulce em entrevista nos estúdios do Seu Jornal, da TVT.
"A política agrária não existe no governo golpista. Não tivemos praticamente nenhuma família assentada. É precisamente a característica desse governo. Não faz (nada) e tenta fazer propaganda", afirma o coordenador do MST Gilmar Mauro, ao repórter Leandro Chaves.
Para a professora de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Marília Louvison, o remanejamento de verbas para publicidade revela a prevalência do interesse privado sobre o público. "É assustador, uma irresponsabilidade, um crime. O SUS acaba não sendo de interesse e é muito triste a gente falar que a saúde de todos nós não é de i