Todos os dias o Projeto Justiceiras recebe contatos de mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil. Entre os dias 27 de março e 5 de maio, período em que vigora a quarentena por conta da pandemia de Covid19, 376 mulheres, de 21 estados e do Distrito Federal, registraram pedido de ajuda. Destes, 59% são do estado de São Paulo.
Das 376 denúncias, em 188 casos, o agressor é o atual parceiro, e em 140 o agressor é um ex-parceiro da vítima. Os dados mostram também que 53% das mulheres atendidas se autodeclararam negras. Deste percentual, 47% estão desempregadas e 35% não possuem nenhuma renda.
“Em 30% dos casos, os agressores têm acesso ao celular da vítima. Os principais conflitos relatados por essas mulheres são: controle da comunicação, através do acesso à internet e/ou celular, proibição de sair de casa, companheiros que não seguem a quarentena e colocam em risco a família, homens que dificultam ou impedem a realização de trabalhos em casa (home office) e o controle da renda familiar”, disse a advogada Anne Wilians, presidente do INW-Instituto Nelson Wilians.
O projeto Justiceiras é uma iniciativa é mantida pelo Instituto Nelson Wilians, Instituto Justiça de Saia e ao Instituto Bem Querer Mulher, e por uma rede de voluntários que já chega a 1.300 pessoas. Os pedidos de ajuda englobam a violência física, moral, sexual e patrimonial.
Para solicitar a ajuda do projeto, basta entrar em contato pelo whatsapp no número (11) 99639-1212 e preencher um formulário eletrônico. Depois a mulher é direcionada para uma equipe voluntária, profissional e multidisciplinar que conta com advogadas, psicólogas e assistentes sociais.
A partir do dia 25 de março o governo de São Paulo permitiu que denúncias de violência doméstica fossem realizadas por meio eletrônico. Para fazer o boletim de ocorrência basta acessar o site da delegacia eletrônica da Polícia Civil clicando aqui.