A negociação da Campanha Salarial 2016 do ramo químico foi marcada pela intransigência patronal que apresentou uma proposta afirmando ser a definitiva com o parcelamento da inflação e sem aumento real. Sabemos das dificuldades das negociações em várias categorias, mas conhecemos ainda mais as dificuldades dos trabalhadores que sofrem com a alta inflacionária, com o medo do desemprego e também com ameaças do governo golpista da retirada dos direitos duramente conquistados. Além de um nível de desemprego que está na margem de 12 milhões de pessoas.
A proposta do parcelamento do INPC integral, 70% em novembro e o complemento apenas para junho/2017, e do congelamento da PLR por mais um ano foi recebida como uma surpresa bastante ingrata. Mobilizações nas portas das fábricas e cada sindicato com as negociações por empresa, buscando melhores resultados para a categoria marca esse momento.
No entanto, não podemos esquecer da importância da celebração da convenção coletiva que garante a unidade do setor químico e pensando nisso sindicatos filiados a Fetquim assinaram o acordo para garantir os ganhos já conquistados da convenção e os benefícios oferecidos nessa campanha. “Mas o trabalho de base continua, de fábrica em fábrica, patrão por patrão”, diz Airton Cano, coordenador político da Fetquim.
Mesmo com o cenário difícil, as clausulas sociais foram mantidas e não foram discutidas esse ano. Através de muita luta garantimos ganhos reais por vários anos e na luta persistiremos.
Saiba qual foi a proposta assinada pelo Sindicato dos Químicos do ABC, São Paulo, Osasco, Jundiaí e São José dos Campos:
A proposta apresentada pela bancada patronal é de reajuste salarial para o piso normativo, INPC acumulado do período, sendo 70% para 01/11/2016 e o complemento 01/06/2017 até o teto de R$ 7.929,13.
Quem ganha superior ao teto, seja o valor que for, na proposta, terá o mesmo reajuste só que fixo no limite do teto. Também na proposta da patronal, a PLR será mantida.