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16 de Setembro de 2020

Seminário sobre a 5ª turma define dia geral de mobilização nacional


Escrito por: Fetquim


Fetquim

A defesa do trabalho em cinco turnos para quem atua em processos contínuos, 24 horas por dia, foi tema do Seminário online 5 ª Turma, Mais Emprego e Mais Saúde, realizado pela Confederação Nacional do Ramo Químico  da CUT e a Fetquim, no dia 10 de setembro, com 56 participantes. Um dia de mobilização nacional, em data ainda a ser definida, marcará a luta unitária de diversas categorias.

“As empresas estão com pauta unificada para destruir as jornadas de cinco turnos. E nós vamos mostrar que elas estão equivocadas”, afirma André Alves, secretário de Saúde da Fetquim.

Químicos e petroleiros, que trabalham com itens inflamáveis e de alta periculosidade, precisam de um revezamento e folgas maiores, a fim de garantir a segurança da fábrica e do entorno dela.

Pesquisa inédita realizada pela UNB/FETQUIM sobre trabalho em turnos demonstra que frente ao desgaste físico e psicológico das jornadas de turnos um número maior de folgas e escalas em 5 turnos é capaz de diminuir problemas de saúde físicos e mentais dos trabalhadores, especialmente daqueles que trabalham na produção de produtos químicos de alto risco ou periculosidade. Leia mais aqui.

“Derrubar a 5ª turma é derrubar em 20% o efetivo de turno, uma economia que as empresas querem fazer e que não vale a pena diante dos riscos de acidentes e mortes", afirma o coordenador da pesquisa, Remígio Todeschini. "Já se sabe, inclusive internacionalmente, que os trabalhadores de atividades contínuas, que não podem parar, sofrem mais problemas físicos e psicológicos". 

O secretário-geral da CNQ/CUT, Itamar José Rodrigues Sanches, do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo – SP, sugere que cada sindicato filiado realize pesquisa interna sobre quantas empresas possuem jornada de cinco turmas e quais deveriam ter.

E lembra que a jornada de turnos precisa ser negociada pelas empresas com os sindicatos, como define o artigo 7° da Constituição Federal. "Jornada de turno não pode ser feita por negociação individual", alerta.

Juvenil Nunes da Costa, secretário de Finanças da CNQ, lembra que em fábricas que trabalham com itens de alta periculosidade, "quem põe a mão na massa é quem precisa de mais folgas e flexibilidade”. “Não são os técnicos, não são os engenheiros”, avisa.

Pauta unificada atingirá outras categorias

“Vamos defender a 5 ª Turma onde já está implementada e ampliar o debate para outros setores que também necessitam, caso dos profissionais de saúde que estão no front dos atendimentos, sobrecarregados, exaustos, lidando com vidas”, afirma Airton Cano, coordenador político da Fetquim.

Um dia nacional de mobilização em defesa da 5 ª Turma será organizado para mostrar aos patrões e a sociedade em geral que este tipo de jornada não é privilégio, é uma questão de saúde e segurança para todos. As jornadas ininterruptas são uma necessidade em algumas atividades e suas especificidades precisam ser levadas em conta.