Por Assessoria
O CEAG-10 não demonstrou disposição real em negociar. Essa é a avaliação unânime dos dirigentes dos trabalhadores que estiveram presentes nesta quarta, 16, na primeira rodada de negociação da Campanha Salarial dos Químicos 2013.
A reunião iniciou debatendo a reivindicação de redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais. Um tema que há muito tempo vem sendo apresentado ao setor patronal sem nenhum avanço. E desta vez não foi diferente.
O questionamento sobre a qualidade da negociação aumentou quando entraram as clausulas novas: nanotecnologia, cesta básica gratuita e licença-maternidade de 180 dias. Antes mesmo delas serem apresentadas, o coordenador da bancada patronal foi taxativo em afirmar que nenhuma clausula nova seria aprovada.
Diante de argumentos como falta de tempo para debater, o coordenador político da Fetquim Raimundo Suzart lembrou que, se dependesse da federação, as negociações já teriam iniciado há mais de um mês, uma vez que essa foi a solicitação dos trabalhadores e que a pauta reivindicatória teve sua entrega antecipada. Além disso, esses temas estiveram presentes nas campanhas salariais dos anos anteriores.
Os representantes patronais não tiveram boa vontade nem mesmo na clausula sobre nanotecnologia que propõe basicamente que os trabalhadores sejam informados sobre a sua utilização. Ou seja: não apresenta nenhum impacto financeiro. O dirigente dos Químicos do ABC Sidney Araújo ressaltou que no setor farmacêutico essa discussão resultou numa clausula após três anos de negociação, mas que no ramo químico já se debatia há cinco anos sem nenhum sucesso. O secretário de saúde da Fetquim André Alves acrescentou que, mesmo com a formação de um grupo de trabalho sobre nanotecnologia, o setor patronal não teve o envolvimento esperado.
O resultado da primeira rodada de negociação jogou dúvida sobre a validade de manter a segunda reunião antes da rodada final, em que serão debatidas as clausulas econômicas. “Iremos enviar o pedido de cancelamento da reunião do dia 23. Até o dia 31, a Fetquim e os sindicatos irão apostar nas mobilizações nas fábricas, como já estamos fazendo no último mês”, afirmou Raimundo Suzart.
A reunião desta quarta ocorreu nos Químicos de São Paulo e foi acompanhada pela presidente da CNQ Lucineide Varjão Soares e pelo secretário de finanças da CUT/SP Renato Zulato.