Em entrevista exclsuiva ao site Consultor Jurídico, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia), Maria Adna Aguiar do Nascimento, afirma que a reforma trabalhista recém-aprovada pelo Congresso é um reflexo da influência dos grandes conglomerados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. A desembargadora baiana diz perder o sono pensando na entrada do capital internacional no país e sustenta que há uma real ameaça à Justiça do Trabalho no Brasil.
"A China me preocupa, porque não tem nenhum ordenamento jurídico trabalhista. Então, mais do que o Congresso, eu acho que é o capital internacional que está entrando sem nenhum ordenamento. Não tem nos seus países e querem encontrar as mesmas condições [aqui]. Dizem que vão acabar com a CLT, vão fazer uma reforma trabalhista, mas isso é uma coisa pontual. O alvo mesmo é a Justiça do Trabalho", afirma.
Maria Adna diz que pelo menos no TRT-5, a ideia de que a Trabalho sempre ajuda o trabalhador é mentirosa.Ela explica que somente 2% dos pedidos foram totalmente julgados procedentes em favor do trabalhador, 16% foram considerados totalmente improcedentes, ou seja, negados; 30% terminaram em acordos e 40% foram julgados parcialmente procedentes.
A desembargadora defende a contribuição sindical obrigatória, é contra a liberação da terceirização de atividades-fim e espera que muitos pontos da reforma trabalhista sejam revistos pelo Supremo Tribunal Federal por serem inconstitucionais.