Por Assessoria
A chamada disfunção sexual feminina foi criada para garantir um novo mercado para remédios. A denúncia é de Ray Moynihan, da Universidade de Newcastle. Em seu novo livro “Sexo, mentiras e a indústria farmacêutica” ele observa que laboratórios criaram estudos e contrataram formadores de opinião para construir o perfil da doença.
Segundo Moynihan, muitos dos pesquisadores envolvidos ou eram empregados dos laboratórios farmacêuticos ou tinham ligações financeiras com a indústria. Entre os exemplos apresentados está o da Pfizer, que financiou um curso para médicos nos EUA afirmando que 63% das mulheres sofriam com disfunções sexuais e que o uso de testosterona associada com o sildenafil (princípio ativo de sua droga Viagra) e terapia comportamental poderiam ajudar a "curá-las". A agência que controla os medicamentos naquele país, no entanto, desaconselhou o uso do sildenafil após estudos mostrarem que seus efeitos não eram muito diferentes dos de um placebo.
São acusações preocupantes, ainda mais por se tratar de questões ligadas à saúde e à vida. É uma demonstração de que o capitalismo não tem limites quando se trata da corrida pelo lucro.