Nota da Fetquim sobre o massacre no Guarujá: pela suspensão imediata da 'Operação Escudo'

A FETQUIM – Federação dos Trabalhadores da CUT no Estado de SP - vem a público solicitar a suspensão imediata da “Operação Escudo”, no Guarujá, que já matou 16 pessoas desde sexta-feira (29) e já é considerada pelas organizações de direitos humanos como a segunda mais letal da Polícia Militar, depois do massacre do Carandiru.

O elevado número de mortes de “suspeitos” cresce a cada dia, bem como as denúncias de torturas, terror, excesso de força, ausência de câmeras no uniforme dos policiais e ameaças de retaliação contra a população civil.

Tais denúncias são bastante graves, o que exige investigação imediata e amplo acompanhamento por parte da sociedade civil.

Não podemos compactuar com a cultura de violência estabelecida no país e fortalecida pelo Bolsonarismo, nem tampouco compactuar com a postura do governador Tarcísio de Freitas, que se diz “extremamente satisfeito com a atuação da polícia”, ignorando as denúncias feitas e insistindo para que a operação não tenha prazo para acabar.

Cabe ao Estado garantir a ordem social com o objetivo do bem estar e da justiça sociais.

Não toleraremos operações policiais revanchistas nem a adoção de políticas de extermínio em nossa democracia. Todas as vozes precisam ser ouvidas. De ambos os lados.

A “Operação Escudo” precisa ser imediatamente interrompida e os policiais que participaram das mortes devidamente afastados até a conclusão de investigações independentes por parte do Ministério Público e da Defensoria Pública.

Airton Cano, coordenador político da Fetquim