Os dados apresentados pela Previdência no âmbito da acidentalidade e da contaminação, captados através dos Boletins Estatíticos Mensais da Previdência (BEPs), segundo análise da Assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim-CUT, revelam uma situação alarmante. O dado que chama mais a atenção frente às 535 mil mortes por Covid no Brasil, é que o reconhecimento por morte de Covid por contaminação no local de trabalho não tem aparecido.
De janeiro a maio de 2020, durante a primeira onda da Covid, foram concedidas somente 43 pensões por morte acidentária de qualquer tipo de acidente e incluída a Covid! Em 2021, na segunda onda da Covid, nestes mesmos meses, o registro na Previdência, apesar de dobrar em relação ao ano anterior, foi de apenas 93 casos.
Bom recordar que em média falecem, em 5 meses, 1000 trabalhadores por acidente ou doença profissional, o que aponta para uma subnotificação de elevadíssimas proporções.
Os casos de invalidez previdenciária ( comum) até "diminuíram" em relação de um ano para outro: 2020 (jan a maio) foram 43.887 aposentados, e em 2021 foram 42.490 casos. A invalidez acidentária praticamente ficou empatada: 1.489 em 2020 e 1.553 em 2021.
Auxílios em geral despencam
O dado que mais apareceu de um ano para outro, com forte subnotificação, é o número de auxílios doenças comuns e acidentários: em 2020 foram concedidos em 5 meses (jan a maio) 690.508 auxílios de incapacidade laboral comum (previdenciários), e no ano de 2021 foram concedidos 795.669 casos.
No caso de auxílios doenças acidentários foram 34.824 em 2020 e o dobro em 2021: 70.836. Porém, esses números mostram o negacionismo desse governo. No Brasil todo houve 19,1 milhões de casos registrados por Covid, entre os quais 6 milhões de segurados com menos de 60 anos. Os benefícios de natureza acidentária, no entanto, comparados com os 6 milhões de segurados contaminados representou em 2021 : 1,17% dos casos registrados. Uma negação de direitos gritante!
Dirigentes químicos alertam quanto ao negacionismo constante do Governo Bolsonaro no campo de direitos previdenciários
Para Airton Cano, coordenador Político da Fetquim, “ a política constante negacionista da pandemia, o corte constante de direitos trabalhistas e previdenciários mostrou a face cruel do governo Bolsonaro para com a classe trabalhadora! Pior que em plena crise sanitária houve o corte deliberado das perícias médicas, e não houve o reconhecimento dos direitos previdenciários e no campo de Saúde do Trabalhador os auditores fiscais do trabalho foram impedidos de fiscalizar!”
André Henrique Alves, secretário de Saúde da Fetquim, lembra que “o negacionismo desse governo ocorreu desde o início da pandemia pois não comprou testes, se recusou a comprar a vacina". "O negacionismo matou muita gente que estava na ativa em atividades essenciais. Muitos companheiros que morreram contribuíram e não puderam usufruir dos benefícios. O negacionismo foi maior quando incentivou a população a tomar remédios ineficientes e foi contra o distanciamento social e o uso de máscaras. Pior, Bozo e seus milicos nunca visitaram os hospitais para ver se o povo estava sofrendo! Bolsonaro se preocupou com a “rachadinha” dos milicianos, impediu as investigações na CPI do superfaturamento (corrupção) das vacinas. Portanto: #FORA bozonavirus genocida.”
Fonte: Dados do INSS e Boletins Estatísticos da Previdência Social