Fonte: Valor Econômico
Em uma década, as mulheres da Região Metropolitana de São Paulo aumentaram sua participação no mercado de trabalho e melhoraram o grau de instrução em relação aos homens, contudo, continuam recebendo menos do que eles, de acordo com estudo divulgado nesta quarta-feira (2) pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o estudo, a redução em 2010 em relação a 2009 se deve ao crescimento mais acentuado dos rendimentos por hora dos homens. Entre 2009 e 2010, o rendimento médio real por hora das mulheres subiu de R$ 6,56 para R$ 6,72. O dos homens subiu de R$ 8,22 para R$ 8,94.
Nos cargos com nível superior completo, a diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior: elas recebem 63,8% do salário deles, menos que em 2000, quando esse percentual era de 65,2%.
Em 2010, 17,1% das mulheres da População Economicamente Ativa (PEA) tinham o nível superior completo, ante 13% dos homens. Em 2000, esse percentual era de 12,9% para as mulheres e de 10,8% para os homens.
Participação feminina
A taxa de participação feminina (proporção de mulheres com dez anos de idade e mais na situação de ocupadas ou desempregadas) aumentou de 55,9% para 56,2%, entre 2009 e 2010, retomando sua trajetória de expansão, disse o Dieese.
Para os homens, essa taxa ficou praticamente estável, ao passar de 71,5% para 71,6% no período, mantendo-se entre as menores da série, devido à tendência de declínio observada ao longo dos anos.
A taxa de desemprego total feminina diminuiu pelo sétimo ano consecutivo, passando de 16,2% para 14,7%, entre 2009 e 2010, assim como a masculina (de 11,6% para 9,5%). "Para a população feminina foram gerados 163 mil postos de trabalho, volume suficiente para absorver as 99 mil mulheres que ingressaram na força de trabalho metropolitana e reduzir em 64 mil o contingente de desempregadas", diz o estudo.
Educação das mulheres
O resultado, de acordo com o estudo, reflete a melhora na educação das mulheres. Se em 2000 a maior parte da PEA com nível superior era composta por homens (51,3%), hoje essa posição é ocupada pelas mulheres (53,6%).