Formada por movimentos sociais, populares, estudantis e centrais sindicais, a Frente Brasil Popular levará milhares de pessoas às ruas, em diferentes regiões do Brasil, no dia 3 de outubro (sábado), pautadas pelo Dia Nacional em Defesa da Democracia, da Petrobras e Contra o Ajuste Fiscal.
Em São Paulo, a atividade é organizada pelo Fórum dos Movimentos Sociais, articulação estadual que reúne mais de 50 entidades. Na capital, a concentração inicia às 14h, na Avenida Paulista nº 901, em frente ao prédio da Petrobras. Depois haverá caminhada até o Largo São Francisco e encerramento na Praça da Sé. Também serão feitos atos e marchas pelo interior paulista.
Neste 62° aniversário da Petrobras, os movimentos reforçam que o petróleo e o pré-sal são riquezas que devem servir para melhorar a vida da classe trabalhadora, como os royalties para a educação e a saúde que podem ajudar na melhoria das escolas públicas, no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outros programas sociais.
As organizações alertam para os interesses de parlamentares, de países e de empresas que querem se apoderar do pré-sal derrubando o modelo de partilha, que diz respeito à exploração de petróleo e do gás natural, como é o caso do Projeto de Lei nº131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que alargaria a presença de petrolíferas estrangeiras pra explorar a riqueza brasileira.
Às ruas do país, os movimentos reforçam também a defesa da democracia participativa e se colocam contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, proposto por setores conservadores e elitistas do Brasil que, segundo manifesto elaborado pelas entidades, deveriam cobrar, de fato, o combate à corrupção com reforma do sistema político e o fim do financiamento empresarial de campanha eleitoral.
Mas, em contrapartida, afirmam que são os ricos que devem pagar a conta. Em 2013, alguns milionários, donos ou sócios de grandes empresas, arrecadaram quase R$ 200 bilhões, mas não pagaram impostos. O Brasil é um dos poucos países do mundo que não tributa lucros e dividendos de acionistas.
Para as lideranças dos movimentos sociais, os custos do ajuste fiscal feito atualmente não podem ser debitados nas contas da classe trabalhadora. Eles apontam a taxação das grandes fortunas, das grandes heranças e o combate à sonegação para superar desigualdades sociais e a crise econômica.