Dirigentes da FETQUIM/CUT e FEQUIMFAR/Força Sindical estiveram reunidos na manhã desta terça-feira (22/05) na sede do Sindusfarma, em São Paulo, com representantes patronais para a instauração do Grupo de Trabalho que vai discutir os impactos da reforma trabalhista sobre os trabalhadores e trabalhadoras do ramo farmacêutico.
"Com esse espírito de construção queremos anteceder coisas que vamos ter que mudar na convenção coletiva da categoria. Temos que falar de banco de horas e das contribuições sindicais. Temos que enxergar essa reforma trabalhista como positiva e não como um instrumento negativo", disse o representante patronal Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.
Nilza Almeida, secretária de comunicação da Fetquim e dirigente dos Químicos Unificados, fez questão de mostrar que a reforma trabalhista (integralmente elaborada pela patronal) "tem como essência a possibilidade do empregador retroceder em direitos já acordados e conquistados pelos trabalhadores em geral". "Os sindicatos já podiam negociar acima da lei, ou seja, acordos melhores do que os previstos na lei trabalhista, nós mesmos já fizemos isso aqui, mas agora esta reforma contempla a possibilidade de retroceder e é isto que queremos impedir".
Mussolini silenciou e apontou o desafio que ambas as partes terão pela frente. "Nosso desafio é deixar as cláusulas da próxima convenção coletiva da categoria bem claras, vamos melhorar nossas relações de trabalho para não ter um monte de coisas para a Justiça do Trabalho", adiantou.
Airton Cano, coordenador político da Fetquim, expôs a dificuldade junto a empresas e alguns departamentos de recursos humanos (RHs) que não se dispõem a negociar e já estão implantando mudanças de acordo com suas próprias interpretações da lei, não só em São Paulo como em outras capitais. "O Brasil interiro está de olho nas nossas negociações aqui em São Paulo", lembrou.
De acordo com a agenda aprovada pelo Grupo de Trabalho, o Sindusfarma e as federações têm até o dia 29 de junho para enviar suas primeiras propostas de mudanças de cláusulas na convenção coletiva dos farmacêuticos. E a primeira reunião entre as partes já foi marcada o dia 13 de julho em local e horário ainda não definidos.