A "gripezinha" vinda da China, parecia ser mais uma onda daquelas gripes controladas nos últimos anos ( SARS e H1N1) . A sociedade mundial, no entanto, deparou-se, em 4 meses, com um avassalador contágio que atingiu 3,6 milhões de pessoas no mundo, e matou quase 1/3 de milhão da população.
"Pior, é que o governo Bolsonaro, autoritário e fascista, cortou boa parte da renda dos trabalhadores e mais pobres", lembra Airton Cano, coordenador da Fetquim.
“Apesar do governo impor uma MP que corta salários, em muitas atividades econômicas químicas, houve a continuidade dos salários com negociações coletivas e em outros locais houve redução com a imposição do contrato individual. Em nível nacional o governo junto com patrões cortaram R$ 500 bilhões na economia. Isso dificultará a retomada de crescimento e prejudicará o nível de emprego”.
É preciso que haja uma mudança do modelo neoliberal excludente atual, que está retirando constantemente direitos, para um modelo mais social e includente com produção de produtos de 1ª. necessidade, com mais saúde e educação - como defendem os movimentos sociais, entidades sindicais, e federações, caso da Fetquim.
“É preciso pressionar o poder público para que haja um orçamento de proteção social, com uma renda mínima permanente, como os R$ 600,00, um orçamento para o emprego com investimento de bilhões do setor público para que a economia volte a girar com renda e empregos e o fortalecimento das Estatais como Petrobras e a reestatização da Embraer", diz ele.
A Fetquim defende projetos na Câmara, como o do Deputado Alexandre Padilha (PT), que dá prioridade a produção para bens essenciais, na defesa da saúde e dos empregos.
Saúde do trabalhador
"Esse contágio também exigirá mudança em diversas medidas de saúde do trabalhador", reforça André Alves, Secretário de Saúde da Fetquim. “Em muitas atividades essenciais do setor químico e farmacêutico a proteção é muito capenga. Trabalhadores têm de enfrentar o transporte público com risco de contaminação. Os locais de trabalho oferecem muita proximidade entre trabalhadores, sem falar da proteção individual insuficiente”.
Para Remígio Todeschini, pesquisador da UNB, e assessor da Fetquim em Saúde e Seguranç do Trabalho é urgente uma revisão de todas as normas regulamentadoras de saúde do trabalhador. "A instrução da inspeção do Trabalho de 27/03 foi muito medíocre. Em vez de cortar normas, deve existir urgente o diálogo social com o movimento sindical para termos um modelo de proteção. Um novo modelo de prevenção e atenção à saúde dos trabalhadores robusto e democrático, com novas normas pra enfrentar o atual e posterior momento da pandemia ”.
Esta hecatombe econômica e sanitária está mostrando que o modelo neoliberal é cruel e danoso. "É hora de cobrar uma mudança de modelo econômico, mais social, solidário, que vise proteger o emprego e o futuro das nossas famílias com mais saúde para todos. Sem dúvida, que o começo desta mudança é descartar o governo anti-povo com o Fora Bolsonaro!", defende a Fetquim.