O dia 5 de outubro marca o quinto ano do Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. Neste momento, o tema principal de campanha é a reforma trabalhista e as mudanças na CLT na área de saúde e segurança do trabalho.
O exemplo mais gritante dos ataques a saúde do trabalhador com a reforma trabalhista é a permissão de trabalho de grávidas e lactantes em local insalubre. Isso afeta diretamente as trabalhadoras expostas ao benzeno, como é o caso de toda a cadeia produtiva do petróleo e siderurgia, além dos trabalhadores nos postos de combustíveis.
Maioria dos trabalhadores expostos ao benzeno são operadores e mecânicos
O Brasil tem mais de sete milhões de trabalhadores potencialmente expostos ao benzeno, a maioria é formada por operários e mecânicos de máquinas e motores. A informação é da Pesquisa “Quantos são os trabalhadores expostos ao benzeno no Brasil”, publicada em julho passado no 12º Boletim Epidemiológico da Saúde do Trabalhador, e tema de reportagem da edição de setembro da Revista Proteção.
De acordo com a publicação, a mortalidade por leucemia entre os expostos à substância é quase o dobro da estimada na população geral. Utilizando dados do Censo 2010, a pesquisa estima que, do total de 86,3 milhões de trabalhadores ativos formais e informais no Brasil naquele ano, 7,4 milhões (8,5%) estavam envolvidos em atividades ocupacionais com exposição potencial ao benzeno. Desse total, 770.211 trabalhadores estavam certamente expostos, sendo 474.116 (61,6%) operadores e mecânicos de máquinas e motores.
Esses trabalhadores, em geral, têm atividades envolvendo o manuseio do benzeno ao utilizá-la como solvente, diluente, lubrificante ou desengordurante na limpeza de máquinas e veículos.
O segundo maior grupo de trabalhadores expostos são os frentistas de postos de gasolinas, 16.8%.
A prevalência da exposição ao benzeno no trabalho concentra-se nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.