Trabalhadores e trabalhadoras das cadeias de extração e refino do petróleo, siderúrgicas, indústrias petroquímicas, postos de gasolina e oficinas mecânicas são considerados grupos de risco para o desenvolvimento de benzenismo, um quadro de manifestações clínicas tipicamente associado à exposição prolongada ao benzeno. Hoje, 5/10, Dia Nacional da Luta contra a Exposição ao Benzeno, relembramos esta importante bandeira que deve constar na pauta das secretarias de saúde de nossos filiados.
Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o benzeno é comprovadamente cancerígeno para seres humanos, causando linfomas e leucemias (sobretudo Leucemia Mieloide Aguda – LMA), entre outros tipos de câncer.
A gravidade dos efeitos à saúde decorrentes da exposição ao benzeno depende da dose absorvida e a duração da exposição, a via de contato (inalação, ingestão ou contato dérmico), além de características individuais da pessoa, como sexo, idade, estado de saúde e variações genéticas, e exposição simultânea a outras substâncias.
Normalmente, o benzeno é absorvido pelo organismo através da respiração ou do contato com a pele. No entanto, a absorção gastrointestinal também é possível devido à ingestão de alimentos e água contaminados por acidentes, vazamentos ou disposição inadequada de resíduos de benzeno na água e no solo.
O benzeno inalado chega rapidamente aos pulmões e cerca de metade dessa quantidade é absorvida. Já o contato da pele com o benzeno promove a absorção de pequenas quantidades dessa substância, enquanto quase a totalidade do benzeno ingerido é absorvida pelo trato gastrointestinal.
Após a absorção nessas diferentes vias, o benzeno chega à corrente sanguínea, de onde é distribuído para todo o organismo e, finalmente, armazenado nos tecidos gordurosos e na medula óssea. No fígado e na medula óssea, ocorre a transformação dessa substância em metabólitos tóxicos (ex: catecóis e benzoquinonas), aos quais se atribui os efeitos deletérios do benzeno à saúde. Estima-se que a maior parte desses metabólitos seja excretada pela urina em até 48h após a exposição.
O benzeno é irritante aos olhos, nariz, pele e garganta. Dependendo da quantidade absorvida, ele pode provocar dores de cabeça, tontura, tremores, sonolência, náuseas, taquicardia, falta de ar, convulsões, perda de consciência, coma e morte. Além disso, a exposição crônica ao benzeno é capaz de provocar alterações na medula óssea e no sangue, levando à anemia, hemorragias, leucopenia e outros danos no sistema imunológico e câncer.