O Sindicato dos Químicos do ABC e a Fetquim participaram na manhã da última segunda-feira, 2 de outubro, do seminário “O Futuro da Indústria Química no ABC, realizado por iniciativa da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. no Auditório da Braskem, em Santo André. Compareceram representantes do Governo Federal, prefeituras, parlamentares, empresas, sindicatos, associações e sociedade civil. As mesas do evento debateram o cenário da Indústria Química no Brasil e no estado de São Paulo, e os desafios e oportunidades para o setor no ABC.
Na abertura, se pronunciaram o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva; o Secretário de Desenvolvimento e Geração de Emprego de Santo André, Evandro Banzato; o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, que é o atual presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC; o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos; o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química e Farmacêutica do Grande ABC; a deputada estadual Ana Carolina Serra; o deputado estadual Rômulo Fernandes; a diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley; o assessor da Secretaria-Executiva do Conselho Econômico, Social e Sustentável, Tiago Nicácio Pereira, representando o Governo Federal; e o presidente do Sindicato, José Evandro Alves da Sílvia.
“O Brasil vem perdendo suas indústrias e a indústria química e petroquímica vem encolhendo ano a ano. E não existe país forte economicamente sem uma indústria química forte, daí a importância deste evento. É urgente defender a indústria e retomar o papel dessa indústria como geradora de emprego, renda e desenvolvimento para o nosso país”, apontou André Passos.
Dep. Luiz Fernando: indústria está sob ataque
A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química e Farmacêutica do Estado de São Paulo esteve presente ao evento, representada pelos deputados Luiz Fernando (PT), Ana Carolina Serra (Cidadania) e Rômulo Fernandes (PT). Na sua fala, o deputado Luiz Fernando denunciou que a indústria química sofre um grande ataque no nosso país e na nossa região. E o grande vilão desse processo foi a desindustrialização que se deu no País. “Sobretudo nos últimos sete anos, o Brasil passou por um momento de desindustrialização onde a indústria do agronegócio foi privilegiada e todo o resto da indústria foi praticamente desmontada”, disse. “Mas não existe uma única indústria sem antes ter a indústria química. E para o Grande ABC ela é vital”, enfatizou o deputado.
O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, José Evandro, destacou que o debate sobre o futuro da indústria química não é novo para os trabalhadores. “Há tempos a gente discute sobre isso, em diferentes conjunturas, é verdade, mas já buscávamos encontrar soluções para a sustentabilidade, qualificação profissional e empregos decentes”, disse Evandro referindo-se a duas Conferências Internacionais realizadas pelo Sindicato, uma em 1990 e outra em 2011 (Projeto 2020), ambas sobre o futuro da indústria química.
Sobre o atual evento, Evandro reforçou a importância de se ouvir as empresas e dar seguimento às ações no sentido de defender a indústria química. “É importante ouvir os empresários, o que pensam, as dificuldades enfrentadas; também é importante que a gente dê sequência a esse trabalho e estejamos juntos para poder construir uma indústria química forte, não só para o País, mas como para nossa região”, concluiu.
Mauá aponta importância da manutenção do Polo na região
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, reforçou a necessidade de se debater nas discussões dos plano diretores dos municípios de Santo André, Mauá e São Paulo a criação de um raio no entorno do Polo Petroquímico para que se evite a construção de habitações verticais. “Essa discussão é importantíssima. Se isso não for feito, o Polo acabará indo embora da região. O Polo está aberto a colaborar com essas discussões”, pontuou Marcelo, enfatizando que o Polo Petroquímico é importante para a geração de emprego e renda em toda a região do Grande ABC.
Desafios e Oportunidades
O coordenador da Regional Santo Andre do Sindicato, Joel Santana, integrou a segunda mesa do fórum O Futuro da Indústria Química no ABC, que abordou os desafios e as oportunidades da indústria química na região. Joel é trabalhador na Braskem. Joel também frisou que há 30 anos o Sindicato vem discutindo o futuro da indústria química e por isso a entidade tem alguns pilares sobre os desafios dessa indústria, citando, por exemplo, a importância da sustentabilidade ambiental, econômica e social; do diálogo permanente; da participação dos trabalhadores nas análises de risco e demais temas de Segurança e Saúde no Trabalho; a formação e qualificação profissional permanente; segurança operacional e controle das emissões.
“Concluo mencionando a importância de mantermos uma agenda de diálogo social construtiva e honesta entre as empresas, o poder público e o Sindicato para abordarmos os desafios comuns a todos, como o impacto das mudanças climáticas e as adaptações tecnológicas, a defesa da democracia e do estado de direito, entre outros temas mais que conformam o ambiente do entorno da indústria química que podem, em último caso, contribuir com o seu sucesso ou seu fracasso”, afirmou Joel.
Encaminhamentos do Fórum
Encerrando o evento, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, elencou alguns pontos levantados nas discussões que farão parte de um documento comum a ser produzido a partir da sistematização deste fórum. “Estamos desenhando eventos semelhantes a este envolvendo outros setores industriais do ABC, como o automotivo, defesa, móveis e borracha. A ideia é organizar um grande acordo territorial em defesa da indústria”, pontuou. O fórum contou com o apoio da Abiquim, do Cofip ABC, do Comitê Gestor de Governança do Polo Petroquímico do Grande ABC (CGG), da Frente Parlamentar em apoio à Indústria Química e Farmacêutica de SP, do IDQ (Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química) e do Sindicato dos Químicos do ABC.