A Fetquim soma sua voz à luta contra o racismo e por justiça para João Alberto Silveira, assassinado por dois seguranças brancos do Carrefour, em Porto Alegre, na noite de quinta-feira (19/11), asfixiado. O caso se assemelha ao que aconteceu nos EUA com George Floyd e que desencadeou uma onda de indignação e protestos por todo o país - tendo sido, inclusive, peça chave para a derrota de Donald Trump nas eleições norte-americanas.
Exigimos a responsabilização dessa prática genocida e racista pela multinacional Carrefour e pela empresa de segurança privada.
Exigimos a proteção dos funcionários que testemunharam o fato e que estão sendo intimidados, ameaçados e correndo risco de demissão.
Carrefour tem histórico
A mesma rede tem um histórico racista e de colocar o lucro acima da vida. Em 2009, houve o espancamento de Januário Alves, no estacionamento de uma unidade em Osasco. Ele foi acusado de roubar o próprio carro, um EcoSport.
Em 2018, Luís Carlos Gomes, deficiente físico, foi asfixiado no banheiro. No mesmo ano, até um cão que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco, morreu após ser envenenado e espancado por um funcionário "que se preparava para uma visita dos supervisores da matriz francesa".
Em 14 de agosto de 2020, Moisés dos Santos, que prestava serviços ao supermercado, morreu e ficou com o corpo estendido por horas, debaixo dos guarda-sois, sem que a loja fechasse.
E, agora, João Alberto Silveira, é espancado e morto por asfixia em Porto Alegre, clamando por socorro. Sem conseguir respirar.
O caso de João Alberto foi filmado e chegou à grande imprensa. A pessoa que filmava foi claramente ameaçada de demissão por uma funcionária da loja, mas rebateu dizendo que não trabalhava no local. Veja vídeo.
Exigimos proteção para todos os funcionários do Carrefour que testemunharam a ação.
Não se trata de uma tragédia, nem de um caso isolado, como disse o empresário Abílio Diniz. A rede é conhecida por sufocar os direitos humanos, perseguir e demitir funcionários que exigem seus direitos.
Conclamamos todos e todas a boicotarem suas compras na rede Carrefour e nas lojas da rede: Carrefour Hipermercado, Carrefour Bairro, Carrefour Express, Carrefour Drogaria, Carrefour Posto, Atacadão e Supeco.