Um incêndio atingiu no início da madrugada desta segunda-feira (20) a Refinaria de Paulínia (Replan) da Petrobras. Segundo informações obtidas pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), junto aos trabalhadores, as chamas tiveram início após a explosão do tanque de águas ácidas, que fica no craqueamento - unidade que acabou de passar por parada de manutenção e sofreu uma série de intervenções em seus equipamentos.
O fogo também atingiu a unidade de destilação, causando o rompimento de várias linhas de tubulações. Trabalhadores relatam terem ouvido três explosões. Não houve vítimas.
A ocorrência provocou a parada emergencial da refinaria. A empresa dispensou, nesta manhã, os trabalhadores do administrativo e de outros setores, mantendo somente os funcionários diretamente envolvidos na manutenção das unidades danificadas e equipes de operações e SMS (Saúde/Meio Ambiente/Segurança).
Por sorte, o acidente ocorreu na madrugada, quando havia poucos trabalhadores presentes. “Se tivesse ocorrido em horário administrativo, quando há muitas intervenções de manutenção e trabalhadores circulando, poderíamos ter tido uma fatalidade”, afirmou o coordenador do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), Juliano Deptula.
Redução de mão de obra
Este tipo de acidente, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), "é consequência da redução de mão de obra e da falta de investimento em equipamentos.".
O coordenador geral da FUP, Simão Zanardi, afirma que a Petrobras fez dois programas de demissão voluntário (PIDVs) retirando ao menos 20 mil trabalhadores da área e, até o momento não houve concurso público para repor esse efetivo. E, ainda, fez um estudo para reduzir o número mínimo de segurança operacional. "Com isso, todas as refinarias passaram a operar em condições de risco", afirmou. Para ele, este acidente é só um aviso do que virá diante do descaso da empresa com os trabalhadores.