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30 de Agosto de 2013

Defensivos Agrícolas: vendas batem novo recorde em 2012 e segue em ritmo forte em 2013

Fonte: Revista Cafeicultura 

Em 2012, as quantidades totais vendidas de defensivos agrícolas no Brasil cresceram quando comparadas com aquelas contabilizadas no ano anterior. Observou-se que, em termos de produto comercial, foram transacionadas 823.226 t (acréscimo de 12,7% em relação a 2011), correspondendo a 346.583 t de princípio ativo (incremento de 0,5%), de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG).

 Comparativamente com o ano anterior, o incremento na comercialização em 2012 resultou de melhores vendas, em quantidade de produto comercial, para importantes culturas como: soja (20,8%), cana-de-açúcar (15,4%), milho safrinha (24,0%) e milho safra (14,7%), que exibiam nesse ano relação de troca favorável para os agricultores. Outros produtos que também tiveram crescimento da demanda de defensivos agrícolas foram: café (43,9%), feijão (38,5%), arroz irrigado (29,0%), amendoim (27,2%), pastagem (24,0%), reflorestamento (9,2%), fumo (8,2%) e culturas de inverno (3,1%). Em contrapartida, outras importantes culturas registraram retração, por exemplos: citros (32,8%), uva (23,4%), maçã (20,2%), algodão (20,0%) e batata inglesa (5,5%).


A classe de defensivos que apresentou maior acréscimo nas vendas em quantidade de produto comercial foi a dos inseticidas, que em 2012 aumentou 27,4% (em relação a 2011). Cresceram, também, as vendas de herbicidas (16,9%) e acaricidas (8,1%), enquanto as de fungicidas e “outras” apresentaram retração de 11,3% e de 4,1%, respectivamente, no referido período. Essa queda na quantidade vendida de fungicidas em parte é um reflexo da estiagem que comprometeu a produção de grãos na região Sul do país na safra 2011/121 e, consequentemente, a demanda por defensivos.


As vendas brasileiras em dólar perfizeram o total de US$9,71 bilhões em 2012 contra US$8,49 bilhões em 2011, representando aumento de 14,4% em doze meses. Transformadas em reais, estima-se que o valor das vendas do setor,apresentaram, em 2012, aumento de 32,0% em relação a 2011, em função do efeito cambial2.


No Brasil, em 2012, a classe de inseticidas foi a que respondeu pelo maior valor das vendas de defensivos. Em 2012, foi responsável por 37,3% do faturamento total, ou seja, US$3,63 bilhões. As vendas de inseticidas, em valor, destinaram-se principalmente para a soja (cerca de 50%), algodão, cana-de-açúcar, café, milho e citros. Em quantidade de produto comercial, representaram 22,0%. Do total de inseticidas comercializados (181.071 t), 89,4% foram de inseticidas de aplicação foliar (161.819 t), 7,0% (12.744 t) de para tratamento de sementes e 3,6% (6.508 t) de formicidas.


Em 2012, os herbicidas movimentaram US$3,14 bilhões, ou seja, 32,3% do faturamento total do setor, e responderam por 57,1% da quantidade total vendida em produto comercial (Figura 2), totalizando 469.719 t, assim distribuídos: 326.433 t de herbicidas não seletivos e 143.286 t de herbicidas seletivos, os quais se destinaram, principalmente, para a soja, cana-de-açúcar, milho safra e safrinha e algodão.


A comercialização de fungicidas, em 2012, movimentou US$2,45 bilhões no Brasil, o que correspondeu a 96.993 t de produto comercial e 37.852 t de ingrediente ativo. Observou-se que 96,0% dos fungicidas vendidos, em produto comercial, foram para aplicação foliar e 4,0% para tratamento de sementes. As vendas de fungicidas, em valor, destinaram-se principalmente para a soja (cerca de 50%), café, feijão, milho, algodão, batata inglesa e culturas de inverno.

 Os acaricidas, em 2012, foram responsáveis por 1,0% do faturamento total do setor. O consumo de acaricidas no Brasil está concentrado mais da metade da totalidade em São Paulo. Em 2012, o mercado paulista representou 60,1% (6.005 t) das vendas brasileiras em quantidade de produto comercial e 55,0% (US$55,55 milhões) do faturamento dessa classe. Isso pode ser explicado pelo fato de a citricultura ser responsável por 59,9% do valor comercializado de acaricidas e o Estado deter a maior área colhida com laranja no Brasil.


A soja é a principal consumidora de defensivos no Brasil, sendo responsável, em 2012, por 47,0% do valor total das vendas. Em seguida, aparecem a cana-de-açúcar (12,8%), o milho (9,4%) e o algodão (9,3%). Somadas as vendas para essas quatro culturas concentram-se mais de 78,0% do total comercializado no país. Outras importantes culturas, como o café, o feijão e o citros demandaram, respectivamente, 3,5%, 2,8% e 2,3%.

No rankingdas vendas, em termos de valor, por unidade da Federação, Mato Grosso se destacou como o maior Estado consumidor em 2012, representando 21,4%, ou seja, US$2,08 bilhões (correspondendo a 22,0% em termos de produto comercial). Em seguida, aparecem: São Paulo (14,7%), Paraná (11,6%), Goiás (10,2%), Rio Grande do Sul (9,5%), Minas Gerais (8,3%), Bahia (7,9%) e Mato Grosso do Sul (4,9%). As demais unidades da Federação, juntas, responderam por 11,4% do valor total.


No mercado brasileiro, os defensivos agrícolas genéricos vêm ocupando maior espaço em relação às especialidades. Em 2012, do valor total de defensivos comercializados (US$9,71 bilhões), 60,8% foram dos genéricos (US$5,90 bilhões) e 39,2% (US$3,81 bilhões) das especialidades. O destaque foi a predominância de genéricos na classe de acaricidas, em termos de valor, 90,0%, seguido de “outras” (69,8%), inseticidas (61,7%), fungicidas (60,9%) e herbicidas (57,5%), de acordo com o SINDAG.


No Brasil, nos cinco primeiros meses de 2013, estima-se que as vendas de defensivos agrícolas totalizaram R$4,82 bilhões, ou seja, aumento de 28,3% em relação ao mesmo período de 2012, impulsionadas pelas culturas de soja, milho e feijão3.


A classe dos inseticidas, no período de janeiro a maio de 2013, em relação ao mesmo período de 2012, foi a que mais cresceu (35,3%), totalizando R$1,91 bilhão, graças ao crescimento nos mercados de soja, feijão e milho. Por sua vez, registrou-se queda nas vendas para algodão, cana-de-açúcar e citros.


Os herbicidas, cujas vendas perfizeram R$1,84 bilhão, no referido período, apresentaram incremento de 29,7%, tendo em vista o acréscimo nos mercados de soja, milho, feijão e trigo. Em contrapartida, observou-se queda nos mercados de algodão e cana--de-açúcar.


No caso dos fungicidas, as vendas brasileiras aumentaram em 25,1% no período de janeiro a maio de 2013, somando R$818 milhões. Esse fato é explicado pelo crescimento nos mercados de soja, milho e trigo. Por outro lado, constatou-se retração nas vendas para algodão e feijão.


De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA)nas principais regiões produtoras da agricultura paulista, quando se comparam os preços dos defensivos agrícolas comercializados no Estado em abril de 2013 com os do mesmo mês de 2012, a média dos índices de preços corrigidos em valores corrigidos pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (FGV)5, de 84 defensivos estudados apresentou um aumento de 4,8%.


Na análise das relações de troca, constatou-se que, em abril de 2013, as culturas de café beneficiado, cana-de-açúcar, laranja para indústria, milho e soja6 apresentaram relações de troca desfavoráveis, quando comparadas com abril de 2012, ou seja, perda do poder aquisitivo dos produtores paulistas na compra da cesta de defensivos, enquanto a cultura de feijão das águas, ao contrário, apresentou relações de troca favorável.


A previsão de vendas da indústria de defensivos agrícolas no Brasil para 2013 é de que haja crescimento em relação ao ano anterior. Estimando-se um bom desempenho comercial do mercado de defensivos voltados para a soja, milho e feijão.


Segundo lideranças da agropecuária brasileira, a produção da safra 2013/2014, poderá ser afetada por incidência de problemas fitossanitários, como: da lagarta Helicoverpa armigera e da “mosca branca” e, ainda, caso, as condições climáticas favoreçam a infestação por “ferrugem asiática”. Excetuando a primeira das citadas, as demais são conhecidas dos agricultores e existindo produtos capazes de detê-los com relativa eficiência. Assim, embora o segmento de produção esteja em alerta, quanto aos riscos fitossanitários da próxima safra, há boas chances de ao final dela se comemorar mais um recorde de colheita.


1FREITAS JUNIOR, G. Vendas de defensivos batem novo recorde. Valor Econômico, São Paulo, 17 abr. 2013. Disponível em: <http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/4/17/vendas-de-defensivos-batem-novo-recorde>.Acesso em: 25 jun. 2013


2BRASIL. Ministério da Agricultura. Mercado de defensivos: câmara temática de insumos agropecuários. Brasília, jan./mar.2013. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_
tematicas/Insumos_agropecuarios/67RO/App_Defensivos_Insumos.pdf
>. Acesso em: 02 jul. 2013.


3______. Ministério da Agricultura. Mercado de Defensivos: câmara temática de insumos agropecuários. Brasília, jan./maio 2013. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/
camaras_tematicas/Insumos_agropecuarios/68RO/App_Defensivo_Insumos.pdf
 >. Acesso em: 25 jun. 2013.


4INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Defensivos agrícolas, São Paulo: IEA, 2013. Disponível em:< http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/defensivos.aspx>. Acesso em: 07 jun. 2013.


5FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV. Instituto Brasileiro de Economia. Índices gerais de preços. Rio de Janeiro: FGV/IBRE, 2013. Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B6B6420E96>. Acesso em: 15 maio 2013.


6Cumpre destacar que a relação desfavorável observada para soja em abrilde 2013 é ainda melhor do que a contabilizada em abrildos anos de 2008-2011.