O Dia da Consciência Negra foi criado para fazermos uma reflexão sobre a contribuição do povo africano em nossa cultura e a injustiça social que ainda é praticada contra quem tem a pele preta.
Infelizmente, a herança histórica da escravidão brasileira continua tendo reflexos em nossa sociedade. “Nesta pandemia, por exemplo, os negros foram os mais prejudicados”, lembra a secretária de Políticas Sociais da Fetquim, Danielle Franco. “Das 8 milhões de pessoas que perderam o emprego no 1º e 2º semestres de 2020, 71% , ou seja, 6,3 milhões, eram de pele preta".
Mulheres negras têm salários em média de R$ 1.573,00 e as não negras têm em média R$ 2660,00 ou seja, recebem 41% a mais. "Isso é justo?", questiona Danielle.
"Ninguém pode ser considerado melhor ou pior do que ninguém, por causa de raça, cor, religião", afirma a secretária da Fetquim.
As mulheres negras também são maioria entre as vítimas de violência doméstica. Os pretos e pardos também foram as maiores vítimas de mortes pela Covid-19 este ano no Brasil. "A nossa atitude diária é que faz a diferença no combate ao racismo. Precisamos combater piadas de mau gosto, expressões racistas e toda e qualquer forma de injustiça por causa da cor da pele, como tratamento diferenciado em hospitais, supermercados, lojas".
A data de 20 de novembro relembra a morte de Zumbi dos Palmares, que lutou até morrer pelo fim da escravidão. "A escravidão contemporânea ainda existe e o genocídio social do povo pobre e preto também", alerta Danielle Franco.