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21 de Junho de 2023

Cerest Santo André, referência no País em prol da saúde do trabalhador, completa 33 anos


Escrito por: Fetquim


Fetquim

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Santo André completa esta semana seus 33 anos de existência. A comemoração da data ocorreu na última quarta-feira (21/06), no Theatro Carlos Gomes, com apresentação da Orquestra Locomotiva.

A mesa de abertura contou com a participação do secretário de Saúde de Santo André, Gilvan Junior, do diretor de Vigilância à Saúde, César Rangel Gusmão, do encarregado do Cerest, Agnaldo Rubens de Sousa, da representante do Grupo de Vigilância Sanitária, Eliana Pintor, do Procurador do Ministério Público do Trabalho, Gustavo Domingues, além do diretor de Conhecimento e Tecnologia da Fundacentro, Remigio Todeschini.

Segundo Todeschini, a luta pela saúde e segurança do trabalho em Santo André, que tinha à frente o Sindicato dos Químicos do ABC, começou sete anos antes, e a chegada do Cerest marcou uma primeira e importante conquista para a região.

Marcos Varejão, primeiro coordenador do Cerest de Santo André, contou a situação que encontrou assim que o centro foi criado. "Vivenciávamos uma situação dramática. Santo André tinha 700 mil habitantes, 800 indústrias e era responsável por 1,4% de toda a acidentalidade no Brasil. Teoricamente os trabalhadores acidentados deveriam ser atendidos em hospitais credenciados que estavam descredenciados. Tivemos que conscientizar o hospital municipal e as unidades de saúde a atender esses acidentados pelo trabalho. Havia uma burocracia grande, formulários, prévia médica do Inamps (antigo INSS)". 

O Cerest Santo André foi um pólo integrador de medicina do trabalho que se tornou referência para o País. Ali foi construído, por exemplo, o processo de fiscalização e a notificação dos acidentes de trabalho, a conscientização dos riscos a que os trabalhadores estavam expostos e criada a comissão de acompanhamento e fiscalização do benzeno nos postos de combustível.

"Viámos os frentistas abastecendo os veículos sem qualquer proteção. Quando observávamos o uso do metanol como combustível na Fórmula Indy víamos que os frentistas eram muito bem equipados. Conseguimos um decreto para que os frentistas usassem EPI e abastecessem a um certo grau de distância da bomba. Difundimos e fiscalizamos para todos os postos de combustível de Santo André e a campanha se espalhou pelo País", explica Varejão.

Diversos representantes dos Químicos do ABC marcaram presença, bem como ex-funcionários do Cerest Santo André.

Crianças e jovens entre 7 e 17 anos, que integram a ONG Orquestra Locomotiva, emocionaram os presentes e mostraram o quão  importante é a arte para a saúde mental e emocional de todos e todas.