A Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo (FETQUIM-CUT) vem por meio desta carta demonstrar a preocupação crescente com o número de casos de Covid acometendo a população brasileira atualmente. Vivemos atualmente uma nova onda causada pelas infecções da variante ômicron, como apontam especialistas.
O contágio no início de 2022 sobe rapidamente. Segundo dados da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, no dia 1º de janeiro o país registrava uma média móvel semanal de 8 mil casos. No dia 26 de janeiro, a média móvel semanal subiu vinte vezes atingindo 160 mil casos diários. A Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), emitiu nota recentemente alertando para o aumento nas internações pelo vírus. A capacidade hospitalar de certas regiões já apresenta níveis críticos e é provável experienciarmos um novo colapso do sistema de saúde Brasil afora.
Dentre os trabalhadores químicos paulistas, os desligamentos por morte chegaram a triplicar nos primeiros meses de 2021 com relação ao mesmo período de 2020, segundo dados do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mostrando que químicos deram suas vidas nas linhas de produção da indústria.
É evidente que a recente onda de contágios irá demandar o empenho dos trabalhadores químicos no aumento da produção de medicamentos, equipamentos de produção individual (EPIs) e produtos de higiene para combater a pandemia e aliviar as necessidades da população. Há relatos de empresas que estão antecipando a volta de trabalhadores das férias e que atuam com dificuldades para manter a produção em ritmo acelerado dado o alto nível de contágio dentre os trabalhadores.
Frente ao cenário, cabe à FETQUIM ressaltar a necessidade do uso de máscaras (KN95) e EPIs pelos trabalhadores químicos que, neste momento, estão prestando serviços essenciais ao povo brasileiro. Também cabe aos filiados da Federação relembrar que este cenário desastroso é fruto de políticas públicas genocidas do governo federal.
A gestão pandêmica do atual governo já soma mais de 620 mil mortes de brasileiros. Mortes, em sua maioria, evitáveis, caso o caminho adotado fosse o da testagem massiva, isolamento dos contaminados e impulsionamento da vacinação contra o vírus. Essa estratégia fora adotada em países que obtiveram uma proporção bastante inferior de mortes por milhão de habitantes como: China, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Austrália.
Diante de tamanha falta de proteção por parte de nossos governantes cabe a cada um de nós os cuidados básicos: distanciamento social (especialmente nos refeitórios e transporte), uso permanente da máscara, higiene das mãos, lavatórios e banheiros, vacinação.