Uma antiga reivindicação da categoria química, o vale ou tíquete alimentação para os trabalhadores de todas as empresas, foi conquistado nesta quinta-feira (31/10) pelos sindicatos filiados à FETQUIM/CUT/Intersindical/Unidos Pra Lutar. O anúncio foi feito por Gilberto do Amaral, do Sindiplast, representando o CEAG-10 da Fiesp durante a 1ª Rodada de Negociações da Campanha Salarial dos Químicos 2024.
Os 11 sindicatos que compõem o grupo patronal CEAG-10 tomam as decisões por unanimidade e pela primeira vez desde a criação do grupo concordaram com um valor mínimo de R$ 170,00 para o vale/tíquete alimentação, constando na Convenção Coletiva da categoria.
Algumas empresas conscientes já fornecem o vale alimentação em valores bem superiores e continuarão fornecendo nos mesmos moldes, mas há aquelas da base, especialmente pequenas empresas plásticas, que nunca forneceram uma cesta básica.
Pela proposta da patronal apresentada o vale alimentação só começará a ser implementado em todas as empresas no dia 1º/05/25, com teto de até 2,5 pisos salariais, mas os sindicatos filiados à FETQUIM/CUT/Intersindical/Unidos Pra Lutar prometem lutar para acelerar a entrega, pois a fome não espera.
Repercussão do vale alimentação
"Foi um passo importante colocar na convenção coletiva um ponto que não existia, uma bandeira de luta de muitos anos que a categoria química vinha lutando: o vale alimentação. O valor pode não ser aquilo que estávamos esperando, mas vamos lutar para melhorar isso", afirma Paulo José dos Santos, o Paulão, representando o Sindicato dos Químicos do ABC.
Wellington Cabral, dirigente do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região, fez questão de destacar que na redação da cláusula será preciso deixar claro que nas empresas onde o tíquete é maior, o que for mais benéfico ao trabalhador, permanecerá.
Edna Vasconcelos, dos Químicos São Paulo, destacou o avanço do vale alimentação e a importância das negociações permanentes com a patronal.
Claudia Bueno, diretora dos Químicos Unificados de Osasco, destacou a importância do Grupo de Trabalho que discutiu ao longo do ano a implementação do vale alimentação, mas fez questão de destacar que atualmente as empresas que fornecem o vale alimentação têm suas condicionantes, como não ter faltas ou ausências justificadas para conceder o benefício - algo que ainda precisa ser discutido com a patronal.
"Ninguém falta porque quer", complementou Paulo Sérgio da Silva, presidente do Sindicato dos Químicos de Jundiaí.
Hélio Rodrigues, presidente do Sindicato dos Químicos São Paulo, comemorou o resultado e chamou a atenção para o achatamento salarial da classe trabalhadora.
Rosângela Paranhos, diretora dos Químicos Unificados, ressaltou a importância de se garantir a correção pelo INPC do vale alimentação nas empresas que já o implementaram.
O que os patrões dizem
Gilberto do Amaral, representando o patronato, explicou que a ideia é fornecer o mínimo de R$ 170,00 a todos os trabalhadores, independentemente das faltas ou ausências justificadas e o valor que for dado a mais que este mínimo aí sim estaria sujeito a condicionantes.
Campanha Salarial
Airton Cano, coordenador político da FETQUIM, lembrou que a negociação faz parte do DNA da FETQUIM e que a conquista do vale alimentação é prova disso. “Parabéns a todos e todas que permaneceram na luta até chegarmos neste dia”, afirmou.
Os representantes da Fiesp também ofereceram o reajuste dos salários pelo INPC e um aumento real de 0,5%. Os trabalhadores, por sua vez, reivindicavam o INPC mais 5% de aumento real.
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Agora os químicos vão para as assembleias nos sindicatos e nas portas das fábricas para decidirem se aceitam ou não os itens da contraproposta da patronal.