Uma articulação política em nível municipal, estadual e federal começa a ser construída entre representantes de trabalhadores e empresários de toda a cadeia produtiva do ramo farmacêutico, o que inclui além dos químicos, papel, plástico e embalagens, vidro e petroquímica.
Ontem à tarde, na sede da FETQUIM, foi realizado o pré-lançamento da Frente Parlamentar da Indústria Farmacêutica no Estado de São Paulo, uma iniciativa conjunta para fortalecer a indústria nacional de medicamentos, diminuir a dependência do exterior, gerar empregos, baratear custos e fomentar o uso de tecnologias e inovação.
“O setor farmacêutico tem uma importância significativa nas compras do Estado. É preciso que os trabalhadores sejam parte desta formulação política, pois quando se define uma ação equivocada há impacto negativo na cadeira inteira”, destacou o secretário- geral da FETQUIM, Arlei Medeiros.
Geralcino Teixeira, presidente da CNQ/CUT, enfatizou que o ramo químico, nas diversas regiões, está unido para construir pautas conjuntas de desenvolvimento.
O ex-ministro da Saúde e atual deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), lembrou da importância do Complexo Econômico Industrial da Saúde na promoção de empregos, indústria nacional e aumento do PIB. “Não é possível o direito à saúde no País, se este país não aumentar a sua capacidade industrial de produção e inovação, de medicamentos, insumos, vacinas, equipamentos e serviços na área da saúde”.
Segundo Padilha, a pandemia de Covid-19 escancarou a importância da indústria nacional. “Quando veio a pandemia, veio o desespero para ter álcool gel, máscaras...respiradores...tínhamos que importar e não havia de quem importar. Para superar, vamos ter que aumentar a capacidade nacional de produção, reindustrializar o país, ampliar capacidade de geração de serviços na área da saúde, compreender mais a tecnologia da informação e as novas demandas, a geração de novos empregos e a logística de fármacos".
Unidade na defesa da indústria
Para Edson Bicalho (representante da FEQUIMFAR), o atual governo tem estabelecido políticas públicas “sem ouvir ninguém, nem mesmo os empresários, daí a importância desta iniciativa conjunta”.
Airton Cano, coordenador político da FETQUIM, enfatizou a necessidade de uma defesa compartilhada do Sistema Único de Saúde (SUS) com uma indústria nacional fortalecida.
Os representantes do Sindusfarma (empresariado), Arnaldo Pedace e Bruno Abreu, destacaram as relações de ganha-ganha entre trabalhadores, empresários e a sociedade em geral, se houver o fortalecimento do setor industrial brasileiro.
A reunião terminou com um compromisso coletivo do lançamento oficial da Frente Parlamentar da Indústria Farmacêutica, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), em data ainda a ser definida, e da divulgação do relatório da Câmara dos Deputados que aponta a necessidade de reduzir a dependência do Brasil de insumos estrangeiros na produção de remédios, vacinas e outros produtos da área de saúde. Atualmente, mais de 90% dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos usados pela indústria brasileira são importados.