Entre os dias 20 a 25 de março o Sindicato dos Químicos do ABC promoveu reunião com a diretoria da fabricante de embalagens alimentícias Vitopel para verificar a possibilidade de colocar um turno na quarentena visando garantir a segurança dos trabalhadores diante da pandemia de Covid19 e a continuidade do processo de produção.
“Criamos uma proposta onde os funcionários trabalham 7 dias e descansam 2 dias durante 70 dias”, explica Claudio Marques da Silva Gonçalves, diretor da Vitopel de Mauá.
O acordo foi colocado em votação, começou a ser aplicado no dia 3 de abril e irá até 11 de junho.
Nos primeiros 14 dias o acordo foi aplicado tranquilamente, mas logo em seguida, surge um desafio: o turno que iria para a folga começou a apresentar sintomas da Covid19, como falta de olfato e paladar, dores no corpo, entre outros.
Naquele momento um trabalhador já entrou em estado grave, precisou de respirador e internação. A empresa fez toda a descontaminação necessária contra o novo coronavíris, passou a disponibilizar álcool gel 70% e quatro máscaras por funcionário.
“Muitas pessoas foram afastadas para fazer exames e tivemos que trocar, afastar o turno que ficou doente, o turno que estava em quarentena voltou e substituiu”, conta Claudio.
Na primeira fase de pessoas infectadas e afastadas pela Covid19 houve apenas um caso grave. No turno seguinte, os adoecimentos foram leves, com mais pessoas assintomáticas afastadas, mas nenhum trabalhador internado.
Foram contratados 12 temporários para ocupar o lugar dos afastados assintomáticos, de forma a dar sequência ao processo produtivo.
A empresa tem garantido todos os testes para Covid 19 e avaliação médica para dar segurança aos que estão trabalhando.
“Esse esquema que rapidamente montamos favoreceu bastante o processo de produção. De outra forma não conseguiríamos fazer esta substituição interna, todos os trabalhadores adoeceriam ao mesmo tempo e a empresa teria que interromper as atividades”, conta Claudio.