Pesquisa realizada no 2º semestre de 2019, pela Universidade de Brasília com a Fetquim, cujo relatório final está em fase de conclusão, feita com 508 trabalhadores das bases do ABC, Campinas e Jundiaí mostra a importância da 5ª. turma para compensar os efeitos nocivos da jornada de turno. Esta pesquisa feita junto a trabalhadores de 28 empresas mostra qualitativamente os efeitos nocivos de todo o tipo de trabalho de turno, como o efeito sobre o relógio biológico dos trabalhadores , o que provoca distúrbio de sono constante, vários problemas físicos e psicológicos, entre os quais, irritabilidade e depressão. O pior tipo de jornada de trabalho em turno que mais afeta física e mentalmente os trabalhadores são as jornadas de turno fixo, principalmente a jornada noturna, conforme atestam pesquisas nacionais e internacionais.
Remigio Todeschini, pesquisador da UNB e assessor da Fetquim, coordenador da pesquisa constata que “entre os trabalhadores que tem 5 turmas de trabalho os efeitos nocivos são quantitativamente menores e a grande compensação para repor o desgaste e a saúde é o número maior de folgas com 5 turmas, além dos adicionais maiores de turno em geral.”
Histórico da luta do Turno de 6 horas e da 5ª. turma na Constituição Federal
A conquista da 5ª. turma, fruto da pressão sindical, das centrais na época, e dos principais sindicatos da área química, petroquímica e petróleo de São Paulo e do Brasil, desde a pré-constituinte em 1987, foi um movimento unificado com o apoio técnico do DIESAT que envolveu também setor elétrico, siderúrgicas, papel e papelão entre outras categorias que inscreveram na Constituição, no Art. 7º a determinação para as atividades de turno ininterrupto uma jornada de 6 horas, ou salvo negociação coletiva sindical. Esta norma constitucional permitiu acordos sindicais em todo o Brasil com 5 turmas de trabalho, majoritariamente de 8 horas, com um número de folgas, perfazendo a jornada de 33 horas e 36 minutos. A bandeira central levada pelos sindicatos na época foi mais emprego e mais saúde.