Após três plenárias preparatórias, uma em cada regional do Sindicato dos Químicos do ABC, mulheres da ativa, pensionistas e aposentadas, realizaram a 1ª Conferência das Mulheres Químicas do ABC: um importante marco na luta pela igualdade e fim da discriminação e violência contra a mulher trabalhadora.
As participantes debateram sobre seus papéis na sociedade e a importância da conquista da sua autonomia em todos os espaços, inclusive nos sindicatos. Danielle de Cássia Franco, secretária de Políticas Sociais da Fetquim, e membro do sindicato, fala sobre a importância do encontro e suas consequências positivas para a mulher trabalhadora do ramo químico.
Imprensa Fetquim: Qual a importância da Conferência das Mulheres Químicas do ABC?
Danielle: Tendo em vista os últimos acontecimentos políticos que o País atravessa, com este cenário governamental que não está disposto a dialogar com a classe trabalhadora (muito pelo contrário, pretende retirar direitos), obviamente que nossas ações têm de estar afinadas como todo debate que foi realizado com as trabalhadoras. As mulheres participantes do evento foram dispostas a contribuir com possibilidades para a melhoria da condição da mulher no mundo do trabalho. Esta conferência possibilitou esse debate e detectou os problemas que as mulheres trabalhadoras enfrentam no dia a dia.
Imprensa Fetquim: Você enquanto representante da Fetquim, na pasta de Políticas Sociais, acredita que a união das mulheres pode ajudar na luta por igualdade de oportunidades dentro da categoria química? Como?
Danielle: Parece um tanto clichê utilizarmos aquele velho ditado que diz “a união faz a força!”, mas dentro de todas as dificuldades que a mulher trabalhadora enfrenta no mundo do trabalho, temos de estar unidas sim, na luta para fazer valer os direitos já conquistados pela categoria. Enquanto estiver a frente da secretaria pretendo manter este trabalho conjunto de apoio a todas as atividades promovidas pelos coletivos das entidades filiadas, pois assim poderemos diagnosticar melhor os problemas da categoria, socializa-los e buscar ações que possibilitem as mudanças necessárias em prol das mulheres.
Imprensa Fetquim: Quais os encaminhamentos tirados na conferência?
Danielle: O assédio moral e sexual no trabalho, a desigualdade salarial e o desvio de função, preconceito por ser mulher e falta de oportunidade de igualdade entre homens e mulheres, a falta de estabilidade no emprego quando retornam da licença maternidade e o preconceito contra mulheres negras foram pontos de discussões levantados e debatidos. E a categoria através de seu coletivo pretende identificar e denunciar estes problemas ao sindicato para que haja um trabalho efetivo de combate a todos estes problemas.