De cada 100 trabalhadores com vínculos formais, 73,8 mantiveram seus contratos de trabalho no segundo trimestre deste ano (abril, maior e junho), auge da pandemia da Covid 19, no Brasil. Já no caso dos informais que mantinham algum vínculo no setor privado só 60% continuaram na ativa.
A chance do trabalhador informal , também chamado de PJ (pessoa jurídica), perder seu vínculo de trabalho foi 13,8% maior do que o trabalhador formal no início da pandemia. E, ainda que os trabalhadores formais tenham tido maior possibilidade de manter seus empregos, entre um trimestre e outro, o índice ficou abaixo de anos anteriores: em 2018 e 2019 era de 89% - queda de 12,2%.
O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que teve como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Daí a importância de ter carteira assinada e um sindicato firme, que atue na proteção dos direitos dos trabalhadores”, ressalta Airton Cano, coordenador político da Fetquim. “Preste atenção na escalada de ataques aos direitos dos trabalhadores que deteriorou os empregos formais, que foram sendo substituídos por ocupações precárias e informais, ao longo dos governos Temer e Bolsonaro”.
“Os informais ou PJs são o elo mais fraco no mercado de trabalho”, afirma a técnica do Dieese, Adriana Marcolino. “Eles se constituem num exército de homens e mulheres sem carteira assinada, mas que trabalham numa condição de ilegalidade da empresa, ou têm contratos como PJs, mas cumprem horários e são subordinados a uma única empresa, numa relação disfarçada de assalariado”.