O Dieese e as Centrais Sindicais realizaram, em 6 de abril, a 12ª Jornada Nacional de Debates - Desafios da negociação coletiva em cenário de crise. O evento reuniu 40 dirigentes sindicais no auditório da Escola Dieese de Ciências do Trabalho, em São Paulo. A Jornada também foi transmitida ao vivo pela internet, o que possibilitou que sócios e não-sócios tivessem acessos às apresentações.
O coordenador de relações sindicais, José Silvestre, iniciou a 12ª edição da Jornada com os resultados do Balanço das negociações dos reajustes salariais 2015. O levantamento, elaborado pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), analisou os reajustes de 708 unidades de negociação da indústria, do comércio e de serviços em quase todo o território nacional.
De acordo com o Balanço, desde 2004 não era observado um cenário tão desfavorável para os trabalhadores. Em 2015, os ganhos e perdas reais se concentraram nas faixas mais próximas à variação da inflação. Do total de reajustes, cerca de 38% conseguiram ganhos de até 1%. Aproximadamente 12% resultaram em perdas de até 1%. O conjunto dessas suas faixas mais os reajustes com valor igual ao INPC, contemplam cerca de 79% do painel analisado. Os ganhos reais entre 1% e 2%, acima do INPC, foram verificados em 11% dos reajustes.
Em seguida, o coordenador de atendimento técnico sindical, Airton dos Santos, falou sobre conjuntura, mercado de trabalho e renda. Na primeira parte da apresentação, Airton fez análise do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB); de números da produção industrial; da evolução da taxa de juros; do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); e das despesas e receitas do governo central.
Durante a segunda parte da palestra, foram apresentados dados da taxa de desemprego aberto, a evolução mensal do estoque celetista e anual do saldo celetista. Foi realizada, ainda análise do estoque celetista de acordo com o setor de atividade econômica, bem como foram analisados resultados da taxa de desemprego total e aberto. Por fim, houve destaque para o aumento real conquistado anualmente pelo salário mínimo desde 2003, a evolução da ocupação, do rendimento médio e da massa de rendimento e da distribuição de reajustes salariais em comparação com o INPC.