Desde a evolução industrial as empresas buscam a qualquer custo seus objetivos e o principal é o LUCRO, assim quem sofre com tudo isso são os trabalhadores, colocando a saúde deles em risco e por muitas vezes até a vida.
Temos inúmeros exemplos de contaminações causadas por empresas que seguem desrespeitando as leis. Um exemplo claro disso é o caso Shell que contaminou uma grande área em Paulinia, na base dos Quimicos Unificados, onde a empresa foi condenada em pagar uma indenização milionária a todos os trabalhadores e seus dependentes. Recentemente a Fetquim lançou uma campanha sobre o risco do uso dos agrotóxicos em geral.
Temos de chamar a atenção hoje para uma situação que está acontecendo em uma pequena cidade de Minas Gerais onde seus habitantes estão sofrendo com uma grande muitinacional que está causando mal a saúde dos trabalhadores e ao meio ambiente.
Paracatu é uma cidade mineira de pessoas humildes e hospitaleiras. Nos últimos anos, algo estranho está acontecendo com a saúde dessa população. Cresce anormalmente o número de casos de câncer no município, especialmente entre a população mais jovem. Em Paracatu, o número de pacientes com câncer, em relação à população em geral é muito maior que em outras regiões do estado, do país ou do mundo. Como as condições de atendimento à saúde na cidade são precárias e a maioria da população é pobre, os pacientes buscam tratamento em hospitais filantrópicos em outras cidades de Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo, como o Hospital de Câncer de Barretos.
Para médicos e cientistas, a causa do problema é o arsênio liberado pela mineração de ouro a céu aberto na cidade. A solução do problema é paralisar a liberação deste veneno para o ambiente e diagnosticar e tratar as pessoas expostas ao arsênio. A EPA, agência de proteção ambiental do governo norte-americano, calculou que as perdas e danos causados pelo arsênio variam entre US$1.5 milhão e US$6 milhões por cada vida humana.
Desde 1987, os mais de 80 mil habitantes de Paracatu estão diariamente expostos à intoxicação crônica pelo arsênio liberado pela mineradora canadense Kinross Gold Corporation. Este é o maior envenenamento em massa de que se tem notícia na história do Brasil.
Os custos estimados com diagnóstico, tratamento e indenização das vítimas alcançam bilhões de dólares. Os impactos para a saúde das pessoas e a economia são desastrosos. Desde 2009, uma Ação Civil Pública de Prevenção e Precaução pede que o poder público ofereça exames clínicos e laboratoriais a toda a população de Paracatu e obriga a mineradora a pagar todos os custos com diagnóstico e tratamento de todos os habitantes da cidade. Esta Ação Civil Pública encontra-se paralisada no fórum de Paracatu.
Está na hora de voltar a atenção da sociedade para as questões de contaminação ou senão teremos casos multiplicados a cada dia e a questão, que é de saúde pública, virará terror nacional.