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30 de Julho de 2021

Estudo mostra que pandemia no Brasil sepulta vidas e empregos


Escrito por: Fetquim


Fetquim

No início da pandemia, houve um falso debate em defesa dos empregos que abriu o caminho escolhido pelo governo federal de não restringir o comércio e a permissão da circulação de pessoas. Falou-se em busca pela "imunidade de rebanho" , "gripezinha" e ainda "que todo o mundo vai morrer um dia, né?". A desculpa de "proteger os empregos" em nome de "salvar vidas" não se sustentou. Estudo feito pela consultoria LCA com dados de diversos países do mundo mostra que o Brasil é um dos países que mais destruiu empregos na pandemia e onde maior número de pessoas morreu.

"Com isso, hoje, colhemos os resultados de uma política liberal-genocida que abandou os trabalhadores à própria sorte e nada fez para controlar a Covid-19", afirma Deusdete das Virgens, secretário de Finanças da FETQUIM. 

No gráfico abaixo é possível observar que a distribuição de pontos se deu conforme o número de empregos destruídos/criados na pandemia por milhão de habitantes (eixo vertical, Y) versus o número de mortes por Covid-19 até 30 de abril de 2021 (eixo horizontal, X). O resultado comprova que nosso país figura entre os piores do mundo no enfrentamento à pandemia.

Enquanto países como Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia buscaram uma estratégia de testagem em massa para Covid-19 na sua população e restringiram fronteiras de movimento interno de pessoas, outros adotaram uma política menos preventiva e restritiva.

Até os países vizinhos da América Latina tiveram resultados muito melhores do que o brasileiro.  O Paraguai teve número médio de óbitos médio e alta geração de empregos. Argentina e Equador tiveram resultados próximos da tendência com número médio de mortos e de empregos perdidos.

"O importante deste estudo é a tendência demonstrada, segundo o modelo de regressão estatístico, onde há correlação entre o número de empregos perdidos e o número de mortes na pandemia. O Brasil, no entanto, figura no gráfico como um caso fora do padrão normal", explica Douglas Ferreira, técnico do Dieese.

Em estatística, explica o economista, o termo “outlier” geralmente explica um fenômeno que destoa do restante das observações caracterizando um provável erro de entrada de dados. "No caso, o erro do Brasil foi ter apostado em não enfrentar a pandemia e não priorizar a economia, desta maneira o caos perfeito foi instaurado com alto níveis de mortes por milhão e forte alta no desemprego. Sepultando empregos e vidas ao mesmo tempo", afirma.

Para revertemos a situação atual são urgentes medidas para imunizar totalmente a população e proteção às novas variantes do vírus,  bem como reverter o cenário de desemprego e fome que assola a população.

"A crise provocada pelo novo coronavírus é a pior da história recente, só sairemos deste cenário com solidariedade entre trabalhadores e a luta contra esta política de morte", lembra Deusdete.