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05 de Maio de 2021

Pandemia mostra importância dos serviços públicos e de um Estado forte


Escrito por: Fetquim


Fetquim

LIVE inédita do Macrossetor da Indústria da CUT reuniu, na última sexta-feira (30/04),gigantes da resistência que têm alardeado os efeitos perniciosos das privatizações e da entrega do patrimônio público.

O debate virtual foi mediado pelo CNM/CUT, Paulo Cayres e contou com a participação do jornalista Luis Nassif, do coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros) Deivid Bacelar, da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) Juvandia Moreira e do presidente do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves.

O jornalista Luis Nassif lembrou da importância do Instituto Butantan - que agora salva o país produzindo vacinas contra a Covid,19 - e que o governador de SP, João Doria, queria privatizar. “Na hora do pega pra capar é a estrutura pública que resolve”, disse ele.

Juvandia Moreira, da Contraf/CUT, ressaltou a importância do BB, Caixa e Banco do Nordeste na distribuição de programas sociais, como o Pronamp e o auxílio emergencial.

“A pandemia mostra para o mundo a importância do Estado e do serviço público. Não fossem os bancos públicos teríamos mais empresas quebrando e queda ainda maior do PIB. Estes bancos têm função social, chegam em locais que não interessam ao capital privado. Se o campo não planta a gente janta mais caro. Mais de 80% do crédito direcionado, agrícola, imobiliário, vêm dos bancos públicos”, explicou Juvandia.

A Caixa Seguridade, responsável por 40% dos lucros da Caixa, teve o capital aberto recentemente por metade do preço – “uma clara entrega do filé mignon do banco ao mercado financeiro”, definiu a dirigente.

O Brasil, infelizmente, está na contramão de países como França, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, que estão fortalecendo o Estado, se endividando e reestatizando empresas e serviços públicos que foram privatizados.

E a aceleração nos processos de privatização por aqui tem sido ainda mais veloz durante a pandemia. Deivid Bacelar, da FUP, que vem lutando bravamente contra o desmonte de Petrobras lembra que no governo Temer foram US$ 17 bilhões de ativos entregues ao capital internacional. No governo Bolsonaro este número subiu para US$ 22 bilhões.

“A Petrobras tem sido vendida aos pedaços sem qualquer respeito á decisão do STF. Vendem as subsidiárias sem o aval do Congresso Nacional, a refinaria Landulpho Alves está sendo vendida por menos da metade do seu valor”, exemplifica.

O presidente do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves, lembrou do apagão no Amapá e dos riscos da privatização do sistema Eletrobrás. “É inadmissível, o povo ficou 22 dias sem energia. Gente morreu na UTI porque não tinha energia. Quem socorreu? A empresa pública”.

Para o jornalista Luis Nassif, houve uma “demonização dos funcionários públicos e das empresas estatais, déficit de informação e perda do pique jornalístico”.

Perseguição

Nassif vem sofrendo forte perseguição à sua liberdade de expressão por meio de processos judiciais que tentam intimidar e calar sua voz. No entanto, apesar da clara repressão à liberdade de imprensa e à liberdade sindical no país, Nassif acredita em dias melhores.

“As lideranças empresariais desapareceram no Brasil e agora começam a se dar conta que os sindicatos são fundamentais. O presidente dos EUA, Joe Biden, está estimulando os sindicatos a se fortalecerem, foi contra a Amazon que não queria sindicalização. O jogo tá virando”, afirmou Nassif.

 “A gente detecta a falta de democracia quando há perseguição a jornalistas e movimentos sociais”, lembrou Carlos Alberto Alves, presidente do Sinergia CUT.

O companheiro petroleiro Deivid Bacelar também tem sofrido intimidações, ameaças e até a aplicação de uma medida disciplinar por parte da Petrobras por suas denúncias contra a venda de ativos da empresa a preços irrisórios.

Paulo Cayres, CNM/CUT, finalizou resumindo o espírito de solidariedade de todo o Macrossetor da CUT: “companheiros, estamos aqui por vocês”.

A LIVE foi parte das ações que antecederam o 1° de maio de 2021 da CUT.