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04 de Fevereiro de 2019

O Brasil Metalúrgico é também dos químicos, plásticos, vidreiros, borracheiros, de todos nós


Escrito por: Fetquim


Fetquim

A Fetquim participou na última sexta-feira(1/02), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, do movimento Brasil Metalúrgico, formado por entidades e dirigentes metalúrgicos de todas as centrais sindicais. O encontro debateu os impactos da chantagem que a General Motors (GM) vem promovendo não só no Brasil como também nos EUA e no Canadá ao anunciar o fechamento de unidades de produção.

“Este evento mostra que o Brasil Metalúrgico é dos vidreiros, petroleiros, químicos, plásticos, borracheiros...temos que buscar a unidade e a solidariedade”, destacou Airton Cano, coordenador político da Fetquim.

Sergio Luiz Leite, presidente da Fequimfar/Força Sindical, aproveitou a oportunidade para destacar a unidade dos químicos nas campanhas salariais, ao lado da Fetquim/CUT. “A luta da GM é a luta de todos nós”.

O presidente da Federação Única dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT), Luiz Carlos da Silva, o Luizão, lembrou que o que a GM anuncia agora é reflexo da reforma trabalhista. “Se não tivermos consciência disso talvez não consigamos a unidade pretendida”. “A primeira ação que nós temos que ter definida neste grupo é reverter a lógica que a GM implantou. É um momento de identidade, de unidade de classe, resistência e de ganhar a opinião pública”.

Entre os 28 itens apresentados pela GM ao sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), estão: a redução do piso salarial de R$ 2,3 mil para R$ 1,6 mil, o fim da estabilidade de emprego dos trabalhadores com lesão ocupacional ou acidente de trabalho, além da mudança no sistema de banco de horas e flexibilização da jornada de trabalho – com a implantação da categoria 12×36 – e fim do transporte fretado.

Mobilização geral

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, destacou o grave impacto para toda a cadeia produtiva do metal no primeiro plano bem como para o setor químico, plástico, borracha e de vidros com a chantagem da GM.

Mesmo com produção em alta, a GM disse que fecharia suas unidades no Brasil e na América do Sul, caso não encontrasse por aqui melhores condições para lucrar. “Este tipo de chantagem social, se adotado pelas demais montadoras, colocará em risco muito mais empregos e direitos dos trabalhadores, em todo o Brasil, inclusive nas autopeças, nos diversos segmentos da cadeia produtiva do setor automotivo e de outros setores”, disse Miguel Torres.

Chantagem internacional

Também participaram da reunião, por videoconferência, representantes sindicais de outros países, afetados pelos planos globais de reestruturação da GM.  Para Kristyne Peter, diretora para Relações Institucionais da UAW, nos EUA, “a GM está tentando fazer terrorismo psicológico contra os trabalhadores nos EUA, Canadá e Brasil, tentou fazer na Coreia do Sul mas lá não funcionou”.

Dino Chiodo, representante de relações internacionais da central sindical canadense Unifor, revelou que a estratégia de resistência por lá é sensibilizar a opinião pública por meio de comerciais na televisão que mostram o impacto econômico e social do fechamento da planta de Oshua e sobre todo o estado de Ontario.

Ambos alertaram para o descumprimento de acordos coletivos por parte da GM e destacaram que a montadora sempre adotou a tática da chantagem para acabar com direitos, demitir e conseguir isenção de impostos.