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17 de Abril de 2019

Governo Bolsonaro não quer valorizar o salário mínimo


Escrito por: Fetquim


Fetquim

O salário mínimo nos próximos três anos não terá ganho real, ou seja, será corrigido apenas pela inflação acumulada, segundo o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020, enviado pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso.

 Para 2020, a previsão inicial do governo federal é que o salário mínimo seja de R$ 1.040.

De acordo com o Poder Executivo, 2019 terminará com crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%. Para 2020, a previsão é crescimento de 2,7%. Também há previsões de aumento do PIB em 2021 (2,6%) e 2022 (2,5%).

O governo afirma que a inflação pelo IPCA ficará em 3,8% em 2019, 4% em 2020 e 3,7% em 2021 e 2022. Já o salário mínimo, que finalmente deve ultrapassar a marca de mil reais no ano que vem, é previsto em R$ 1.082 em 2021 e R$ 1.123 em 2022. O reajuste do salário mínimo será calculado pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que o governo prevê ficar em 4,2% em 2019, 4% em 2020 e 3,8% em 2021 e 2022.

Para se ter ideia,  Lula assumiu o governo em 2003 com o salário mínimo na casa dos R$ 200. Com a implantação da fórmula de acrescentar ao benefício o crescimento do PIB de dois anos anteriores junto da inflação, o ex-presidente deixou seu o governo em 2010 com o salário mínimo em R$ 510,00 – portanto, um aumento de 155% em relação ao valor do início de seu mandato, e 53,6% de aumento real, descontando-se a inflação.

Com Dilma Rousseff como sucessora, a política de valorização do salário mínimo foi mantida e, logo nos dois primeiros anos do seu mandato, ele saltou de R$510,00 para R$622,00, o que representou 22% no valor inicial e 8,61% de aumento real.

Em 2016, poucos meses antes de ser vítima de um golpe cujas consequências ressoam até os dias de hoje, Dilma deixaria ao povo brasileiro um salário mínimo de R$ 880, um marco histórico para as políticas sociais do país e uma prova irrefutável de que os governos do PT sempre priorizaram os que mais precisam.

O golpe de 2016 trouxe retrocessos imensos também nesse setor: em 2018, o aumento do salário mínimo ficou abaixo da inflação, o que não ocorria desde 2003, primeiro ano de Lula na Presidência. Com Bolsonaro, que tem conseguido a façanha de superar o esquecível e trágico mandato usurpado por Temer, o salário mínimo como o brasileiro o conhecia deixará de existir.