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08 de Junho de 2018

Confira a Movimentação do Emprego no Ramo Químico em São Paulo – Abril/2018


Escrito por: Dieese


Dieese

Em abril de 2018, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o emprego formal no Brasil apresentou expansão de 115.898 postos de trabalho e no acumulado o ano, houve aumento de 336.855 empregos.  Para o estado de São Paulo, o saldo foi positivo em  44.426 postos de trabalho e todos os setores apresentaram abertura de vagas, sendo: 13.628 na Indústria; 4.146 na Construção Civil; 3.911 no Comércio; 22.603 no Setor de Serviços; e 138 na Agropecuária.

O Ramo Químico, por sua vez, abriu 1.099 novos empregos em todo o estado de São Paulo no mês de abril, saldo de 7.001 admissões contra 5.092 desligamentos. Observa-se ainda que em abril de 2018 o salário mensal médio do/a trabalhador/a formal admitido no Ramo Químico em São Paulo, foi 19,1% menor que o salário mensal médio do/a trabalhador/a formal desligado em igual período, tal diferença ainda é maior no setor de tintas e é positiva apenas no setor de defensivos agrícolas.

Tabela 01

Movimentação do emprego formal no Ramo Químico do São Paulo, abril-2018

No acumulado do ano, o saldo também é positivo em 4.208 empregos e nos últimos 12 meses, maio/2017 até abril/2018, foram abertos 4.858 novos postos de trabalho. Além disso, verifica-se que o estado de São Paulo tem impactado positivamente o resultado para Brasil que abriu 8.513 postos de trabalho no ano de 2018, nos setores relacionados, e 1.527 no mês de abril.

Tabela 02

Movimentação do emprego formal no Ramo Químico, Brasil e São Paulo

            Os setores que impulsionaram a abertura de vagas neste período recente em São Paulo foram o farmacêutico e o de transformados plásticos, ambos mais intensivos em mão de obra. Para o mês de abril, apenas o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosmético apresentou saldo negativo com o fechamento de 2 postos de trabalho.

 

            Ademais, em relação a base representativa sindical, os dados para o acumulado do ano mostram que a criação de postos de trabalho se deu com maior ênfase nas localidades onde há representação de sindicatos filiados à Fetquim, sendo 2.150 vagas contra 2.058 da outra federação representativa. Tal fato é fruto de 51 empregos do setor químico, 1.416 no setor farmacêutico e 683 empregos no setor plástico.

Gráfico 01

Saldo da movimentação do emprego formal no Ramo Químico do estado de São Paulo  por representação sindical, Jan/2018 à Abril/2018

Fonte: Caged, MTb

Elaboração: DIEESE Subseção CNQ/FETQUIM
* Inclui os setores de Adubos e Fertilizantes, Defensivos Agrícolas, HPPC, Químicos para fins industriais e Tintas

           

Vale ressaltar que, por ora, não estão sendo divulgadas informações setoriais sobre admissões possíveis através da reforma trabalhista. Sendo assim, não é possível dimensionar quantas são as admissões precárias nas modalidades de contrato parcial e/ou intermitente. Por outro lado, porém, é possível verificar os Desligamento por Acordo Empregado/Empregador:

 

Tabela 03

Desligamentos por Acordo Empregado/Empregador no Ramo Químico por setor Brasil e São Paulo, Nov/2017 a Abril/2018

       Entre novembro de 2017, início da entrada em vigor da reforma trabalhista,  e abril de 2018  foram constatados 933 desligamentos por comum acordo no Brasil, sendo 412 no estado de São Paulo (44,2%) . Nesta modalidade apenas existe o direito de recebimento da metade da multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS e metade do aviso prévio indenizado, o trabalhador poderá  movimentar até 80% do valor depositado pela empresa na conta do Fundo de Garantia e não terá direito ao seguro-desemprego. Tal possibilidade pode estar diretamente ligada às práticas de assédio moral,  ou seja, o trabalhador coagido acaba por aceitar a demissão acordada temendo consequências ainda mais graves.

       Por fim, dados da PNAD-IBGE mostram que existem no Brasil cerca de  27,7 milhões  trabalhadores subutilizados. Já na região metropolitana de São Paulo, conforme informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, a taxa de desemprego  total em abril foi de 17,5%, sendo que na Região do ABC a taxa chega a 18,6%. Neste sentido, o resultado apresentado tanto no ramo quanto em todo estado é pouco expressivo e na atual conjuntura de retirada de direitos e de perseguição ao movimento sindical é fundamental a compreensão da dinâmica das novas formas de contratação bem como dos desafios impostos para classe trabalhadora.