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19 de Fevereiro de 2018

Assembleias com atrasos de jornada, paralisações e greves contra a reforma da Previdência


Escrito por: Químicos Unificados de Campinas e Osasco


Químicos Unificados de Campinas e Osasco

Diversas categorias profissionais e movimentos populares realizam desde as primeiras horas de hoje assembleias com atrasos de jornada, paralisações e greves em protesto a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287) que impedirá a aposentadoria de milhões de brasileiros/as.

Dirigentes dos Químicos Unificados dialogaram nesta manhã com cerca de 1200 trabalhadores da farmacêutica Astrazeneca, em Cotia, sobre a importância de lutar junto com o sindicato em defesa da Previdência e também dos direitos garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria que começa as mobilizações pela campanha salarial 2018.

O Sindicato Químicos Unificados convoca todos a participar dos atos que ocorrerão hoje em São Paulo e em Campinas e que estão sendo convocados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. Na capital, a concentração será a partir das 16h no MASP. Já em Campinas, será às 17h no Largo do Rosário.

Se votar não volta!

A votação desta PEC no Congresso vem sendo adiada seguidas vezes, tamanha a rejeição da população que não aceita o fim das aposentadorias por tempo de contribuição, a elevação da idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres) para obtenção do benefício, redução nos valores e muito menos a obrigatoriedade de se cumprir 40 anos de contribuição para conseguir o melhor valor do benefício.

“Se votar, não volta” é a palavra de ordem, lembrando que todos e todas que defenderem a proposta de Temer (PMDB) sofrerão as consequências nas urnas.

Em São Paulo, os senadores José Serra (PSDB), Marta Suplicy (PMDB) e Airton Sandoval (PMDB) não merecem o voto dos/as trabalhadores por se posicionarem a favor do fim das aposentadorias e por terem já aprovado outras medidas extremamente ruins para a classe trabalhadora, como por exemplo, a reforma trabalhista e a lei que permite a terceirização generalizada. Na Câmara dos Deputados, das regiões de Campinas e Osasco, temos os deputados Carlos Sampaio (PSDB), Luiz Lauro Filho (PSB), Roberto Alves (PSB), Paulo Freire (PR), Vanderlei Macris (PSDB) e Bruna Furlan (PSDB) que votam contra os interesses dos/as trabalhadores/as.

Às ruas por nossos direitos!

Hoje também é dia de lutar por mais democracia em nosso país. Nesta segunda-feira, o Congresso votará o decreto de intervenção federal sobre o Rio de Janeiro. Isso significa que a segurança pública estadual ficará sob comando das Forças Armadas. A medida é contestada por diversos analistas políticos que apontam que o problema do RJ não se soluciona com uma medida espalhafatosa que custará milhões aos cofres públicos, dinheiro que poderia ser usado em outras áreas essenciais, como o pagamento de servidores, saúde, serviço de inteligência e efetiva prevenção ao crime. Se o governo de Pezão (PMDB) se auto declara incompetente na gestão, que o povo decida de maneira democrática quem deve ocupar esta função.

Ainda que o sistema democrático brasileiro seja extremamente frágil, exposto a golpes como o iniciado em 2016, é crucial lutar para que sejam realizadas eleições em outubro. A elite deste país quer a continuidade das medidas de Temer (fim das aposentadorias, aumento da exploração sobre os trabalhadores, fim do investimento nos serviços públicos, venda de empresas estatais estratégicas e riquezas naturais a multinacionais). Ela sabe que este projeto não tem chances de ser escolhido pelo voto popular. Temer tenta a todo custo convencer a população a acreditar em uma mentira – a de que a Previdência está quebrada. Isso não é verdade, conforme constatou uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Por isso, a luta tem que se intensificar nas ruas, nas fábricas, nas repartições públicas, nas escolas, nas comunidades. É urgente derrotar este projeto golpista!